Inflação alta é o novo normal, menos em alguns países; saiba mais
A inflação começou a dar os primeiros sinais de desaceleração em julho. Tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, os índices oficiais de preços ao consumidor deixaram a sensação de que o pior já passou.
Porém, ainda é cedo para comemorar. Ainda mais após o susto com o salto de mais de 10% na inflação no Reino Unido, renovando o maior patamar desde 1982.
“Nos últimos dias, viu-se indicadores de inflação mais altos no mundo desenvolvido, especialmente na Europa”, comentou o CIO da TAG Investimentos, Dan Kawa. Ele se refere também à alta de 8,9% dos preços no varejo da zona do euro como um todo.
Para o gestor, ainda será preciso conviver com um cenário em que o mundo terá de conviver com uma inflação mais alta, por mais tempo. “E isso irá demandar juros mais altos, mesmo em um momento de desaceleração econômica global”, prevê.
Tanto que, mesmo com a desaceleração do CPI nos EUA no mês passado, vários membros do Federal Reserve alertaram para a necessidade de continuidade do ciclo de alta dos juros.
“A inflação deve seguir em torno da tendência de 4% a 5%”, prevê o estrategista do BCA Research, Ryan Swift. Para a consultoria, uma segunda onda de inflação começará em meados de 2023, forçando o Fed a elevar os juros para 5%.
E onde a inflação está baixa?
Divulgado recentemente, o Brasil está entre os países com as maiores taxas de inflação no mundo. A dúvida, então, é onde a inflação permaneceu baixa e por quê?
Levantamento feito pela Natixis mostra que a inflação permaneceu significativamente mais baixa nos seguintes países: China, Japão, Suíça, Arábia Saudita, Malásia, Emirados Árabes Unidos e Vietnã.
Segundo o analista Patrick Artus, do banco francês, há três explicações para esse baixo nível de inflação. São elas: atividade fraca, fraca reação dos salários à inflação e o fato de o país ser produtor de petróleo.
Na China, por exemplo, Artus avalia que o país já está em recessão. “A atividade foi muito fraca no segundo trimestre de 2022 devido à política de ‘Covid Zero”, diz.
Além disso, ele observa que o aumento acentuado do desemprego entre jovens na China tem um viés desinflacionário. O mesmo pode ser dito para Japão e Suíça.
“Nesses dois países, o repasse dos salários à inflação é fraco e o grau de indexação dos salários aos preços é mais baixo ainda”, explica o analista do Natixis.
Petróleo também traz alívio
Por fim, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Malásia, Vietnã entra no rol de produtores de petróleo. Nesses países, há uma valorização da moeda local em relação a outras – não necessariamente o dólar.
“A valorização dos termos de troca desses países obviamente reduz a inflação”, explica Artus.
Porém, esse seleto grupo é uma exceção à regra. “Quase todos os países agora têm inflação alta”, conclui o Natixis.
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