Saúde

Infecção por Covid-19 dá alguma imunidade, mas vírus ainda pode ser transmitido, diz estudo

14 jan 2021, 12:09 - atualizado em 14 jan 2021, 12:09
Coronavírus
Vetor: mesmo curados, indivíduos ainda podem contaminar outras pessoas (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Pessoas que tiveram Covid-19 têm alta probabilidade de possuir imunidade a ela por pelo menos cinco meses, mas há evidências de que aquelas que têm anticorpos ainda podem ser capazes de transportar e disseminar o vírus, revelou um estudo de profissionais de saúde britânicos.

Conclusões preliminares de cientistas da Public Health England (PHE) mostraram que reinfecções em pessoas que têm anticorpos para Covid-19 de uma infecção anterior são raras –com apenas 44 casos encontrados entre 6.614 pessoas previamente infectadas no estudo.

Mas especialistas alertaram que as descobertas significam que as pessoas que contraíram a doença na primeira onda da pandemia nos primeiros meses de 2020 podem agora estar vulneráveis a contraí-la novamente.

Eles também advertiram que as pessoas com a chamada imunidade natural –adquirida por terem contraído a infecção– ainda podem ser capazes de transportar o coronavírus SARS-CoV-2 em seu nariz e garganta e transmiti-lo.

Atenção permanente

“Agora sabemos que a maioria das pessoas que teve o vírus e desenvolveu anticorpos estão protegidas contra reinfecção, mas isso não é total e ainda não sabemos quanto tempo dura a proteção”, disse Susan Hopkins, consultora médica sênior da PHE e colíder do estudo, cujas conclusões foram publicadas nesta quinta-feira.

“Isso significa que mesmo se você acreditar que já teve a doença e está protegido, pode ter certeza de que é altamente improvável que você desenvolva infecções graves. Mas ainda existe o risco de você adquirir uma infecção e transmiti-la a outras pessoas.”

Especialistas que não estiveram diretamente envolvidos na pesquisa pediram que as pessoas observassem suas principais conclusões.

“Esses dados reforçam a mensagem de que, por ora, todos são uma fonte potencial de infecção para os outros e devem se comportar de acordo”, disse Eleanor Riley, professora de imunologia e doenças infecciosas da Universidade de Edimburgo.