Indústria: O que é o ‘pico da China’?
Depois de falar, de modo geral, sobre os desafios econômicos que a China enfrenta e de tratar, especificamente, da questão da demanda interna e dos problemas no setor imobiliário chinês; agora é a vez da indústria. Mais precisamente da modernização do sistema industrial chinês.
Analistas internacionais afirmam que a China já atingiu o auge do seu poder econômico, especialmente em comparação com os Estados Unidos, o que originou o termo “Pico da China”. Um “Pico da China” agora, ou em breve, significa que a economia chinesa nunca irá ultrapassar a norte-americana (as taxas de câmbio de mercado).
A revista The Economist não mais prevê que a China irá superar os EUA e se manter na liderança, mas projeta uma aproximação na paridade econômica. Já o Financial Times diz que o “Pico da China” sequer foi alcançado ainda, diante dos problemas estruturais profundos na economia do país.
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China com uma indústria forte e moderna
Porém, a China se concentra na qualidade do seu desenvolvimento econômico, visando criar um sistema industrial moderno. Assim, tanto o “Pico da China” quanto a modernização da indústria chinesa estão relacionados.
Os ventos contrários enfrentados pela China atualmente incluem:
-
- baixa confiança do consumidor e do consumo interno;
- estrutura industrial desequilibrada;
- produtividade reduzida;
- dívida enorme;
- setor privado limitado;
- tensões geopolíticas;
- sanções tecnológicas;
- mercado de trabalho inchado;
- e uma população cada vez menor e envelhecida.
Mas a China também possui pontos significativamente fortes. Isso pode ser observado pelo número de engenheiros formados por ano (de 1,4 milhão); o mercado de patentes mais movimentado do mundo; a população altamente empreendedora e empresas líderes mundiais em novas economias, como a de veículos elétricos e de energia fotovoltaica.
Ou seja, a China tem uma visão ampla em relação ao desenvolvimento de alta qualidade, buscando criar um sistema industrial moderno, que otimiza o mercado, desempenhando um papel decisivo em um ambiente dinâmico.
Para o governo chinês, isto é muito mais relevante e sustentável do que o antigo modelo de indústria pesada, que gera crescimento econômico elevado, porém com uso intensivo de energia.
Novas forças produtivas chinesas
Para realçar esta transformação, o presidente chinês Xi Jinping apresentou um termo que explica o “estado da arte” da indústria moderna: novas forças produtivas. Isso significa novas formas de crescimento da economia derivado de contínuos avanços científicos e tecnológicos em um ambiente mais inteligente e informacional.
Xi promove a integração científica e tecnológica através de recursos voltados à inovação para liderar o desenvolvimento estratégico de indústrias emergentes e futuras, o que acelera a formação de novas forças produtivas.
Trata-se de algo especialmente importante nas áreas de Tecnologia da Informação (TI), Inteligência Artificial (IA), robótica, semicondutores, matérias-primas novas e “verdes”, e-commerce, tecnologia espacial, entre outras relacionadas à manufatura avançada. Portanto, a China procura promover essas novas forças produtivas.
As diretrizes políticas exigem que a competitividade das companhias estatais seja fortalecida e que o desenvolvimento do setor privado, seja saudável e orientado, de modo a melhorar a taxa de comercialização e construir uma série de clusters industriais para que o setor produtivo possa se localizar onde acontecem avanços científicos e tecnológicos.
Além disso, um mercado consumidor nacional unificado é essencial, ao mesmo tempo, em que o desenvolvimento regional deve se alinhar com a indústria nacional e as cadeias globais de abastecimento.
Resumindo, novas forças produtivas de alta qualidade são o futuro na China. Na verdade, é uma grande visão para o mundo.