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Indústria encolhe em 20 países em setembro, mas Brasil é exceção. Dá para comemorar?

05 out 2022, 16:52 - atualizado em 05 out 2022, 16:56
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Indústria global registra primeira contração desde junho de 2020, segundo a S&P (Imagem: REUTERS/Stringer)

A indústria global encerra setembro com um marco nada animador: a primeira queda no nível de atividade desde junho de 2020, quando o mundo enfrentava os piores dias da pandemia de Covid-19. Nada menos que 20 dos 30 países acompanhados pela Standard & Poor’s viram sua atividade industrial recuar no mês passado.

Divulgado ontem pela S&P, o índice PMI  (medidor de atividade econômica) caiu de 50,3 em agosto para 49,8 em setembro. O indicador acompanha as principais economias do mundo.

A retração do PMI foi causada por uma queda expressiva do índice de produção de artigos manufaturados. Similarmente, novas encomendas tiveram desaceleração no mês passado, refletindo deterioração da demanda por razões inflacionárias e do elevado custo de capital.

Indústria sofre com crise energética e inflação

De trinta países que formam a base da pesquisa da Standard and Poor’s, apenas 10 registraram aumento de produção em setembro.

A atividade industrial das quatro principais economias da zona do euro continuam encolhendo a passos largos, com a Alemanha e a Espanha tendo quedas do mês de agosto revisadas para baixo (de 0,5 para 0,9).

Os países da Europa Ocidental passam por uma crise energética, acoplada a alta inflacionária, o que tem gerado cortes drásticos na projeção de crescimento para o PIB do bloco econômico em 2022.

Nos EUA, apesar do PMI industrial da S&P  ter apresentado um aumento discreto de 0,5 pontos, o PMI medido pelo ISM apresentou notícias piores, desapontando o consenso dos investidores.

A atividade industrial também deteriorou nos países emergentes, como indica o PMI da China em 48,5 pontos no último mês, ante 49,1 marcados em agosto. O cenário também é de menor crescimento para Índia, África do Sul, Taiwan e Malásia.

Brasil tem atividade mais lenta, mas ainda em expansão

Apesar do quarto mês consecutivo de desaceleração, a atividade industrial do Brasil continua acima da média do longo-prazo. A desaceleração está atrelada ao menor número de pedidos realizados, que atingiu em setembro o pior resultado em sete meses, causado pela redução do poder de compra de consumidores na ponta do varejo.

Um dos destaques negativos para o Brasil foi a piora do setor automobilístico, com a venda de novos carros caindo 7% em setembro.

Sob uma perspectiva mais positiva, as indústrias reportaram um aumento na criação de empregos no mês passado. Do lado do preço, a inflação que recai sobre custos de produção caíram significativamente, inibida pela queda do preços das commodities, metais e plásticos.

Recessão ainda está verde

Apesar de indicadores demonstrarem uma contínua deterioração do crescimento das economias globais, a análise da consultora canadense BCA mostra que os PMIs ainda estão bem acima das mínimas do período 2009-2019, marcadas por duas recessões globais.

A BCA entende, no entanto, que a fórmula ciclo de contração monetária, problemas geopolíticos e crise de energia deve catalisar a piora dos indicadores de atividade nos próximos meses e recomenda a formação de carteiras de investimento ‘altamente defensivas, com menor exposição no mercado de ações’.

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