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Indústria dos EUA arranja fôlego com alívio de custos de produção, mas novos pedidos caem a mesmo nível da pandemia

01 nov 2022, 13:30 - atualizado em 01 nov 2022, 13:31
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A indústria americana arranjou fôlego em outubro, puxada por alívio em custos (Imagem: REUTERS/Remo Casilli)

O índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor manufatureiro dos Estados Unidos subiu a 50,4 em outubro, de 50,2 em setembro, de acordo com o levantamento divulgado nesta terça-feira (24) pelo S&P Global.

A leitura ligeiramente acima de 50 pontos do PMI industrial indica que o setor cresceu em outubro, mas de uma maneira mais lenta.

A resiliência do setor industrial de outubro, o primeiro mês do último trimestre do ano, é sinal renovado de que a economia americana ainda se encontra aquecida, a despeito da pressão macroeconômica exercida pelo ciclo de alta de juros exercido pelo Fed.  É esperado que a autoridade monetária anuncie um novo aumento de 0,75 ponto-percentual no encontro que começa hoje e termina amanhã.

Apesar da expansão na produção, os produtores registraram um declínio renovado no número de novos pedidos em meio ao menor poder de compra dos clientes, que se encontra no menor patamar desde maio de 2020, aponta o levantamento.

Além da supressão da demanda doméstica, o relatório da S&P acusa também uma queda no número de encomendas internacionais, à proporção que o dólar avança ante cesta de demais moedas.  O aumento da inflação e o menor crescimento de importadores cruciais à atividade industrial americana também tiveram papel no declínio.

O grande destaque positivo do relatório vem do alívio nas disrupções das cadeias de produção, o que permitiu aos fabricantes diminuir a suas listas de pedidos (backlogs), cuja produção ainda não havia começado. Além disso, a reorganização logística das cadeias destravou mais oferta de insumos e matérias-primas no mercado, aplacando parte da inflação de custos e acarretando melhora nas margens de lucro.

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Consumo pressionado e eficiência operacional são lemas do mês

Segundo análise do economista-chefe da S&P Siân Jones, “a confiança nas perspectivas econômicas de crescimento se deteriorou, à medida que produtores passam a se preparar para uma queda da demanda e focar mais em eficiência operacional”, analisa.

O economista menciona que a compra de matérias-primas e insumos por produtores acompanhou o ritmo de queda da demanda na ponta final, afetando também a capacidade empregatícia do setor.

“Do lado positivo, a diminuição de custos de produção veio como resultado não só da queda na demanda por insumos, mas também do alívio de gargalos de produção”, encerra.

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Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
jorge.fofano@moneytimes.com.br
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.