Indústria do Brasil tem crescimento recorde em julho com reabertura da economia, mostra PMI
O setor manufatureiro do Brasil registrou crescimento recorde em julho, diante da forte alta de novas encomendas depois da reabertura econômica, segundo a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI) divulgada nesta segunda-feira.
O PMI de indústria do Brasil apurado pelo IHS Markit saltou a 58,2 em julho, de 51,6 em junho, acima da marca de 50 (que separa crescimento de contração) pelo segundo mês e atingindo o nível mais alto na história da pesquisa, iniciada em fevereiro de 2006.
“Uma expansão recorde da economia manufatureira brasileira em julho ajudou bastante a fechar a brecha considerável que surgiu na produção, quando comparada com os níveis observados antes da intensificação da Covid-19”, afirmou o diretor de Economia do IHS Markit, Paul Smith.
“Contudo, com a Covid-19 ainda prevalecendo e continuando a ter um impacto negativo e considerável no comércio global, continuam a existir muitos riscos negativos para o futuro”, completou.
Segundo o IHS Markit, a demanda se fortaleceu em linha com a contínua reabertura da economia após as paralisações relacionadas à pandemia de coronavírus.
O destaque foi a demanda doméstica, que levou ao segundo maior aumento das novas encomendas registrado até agora, perdendo apenas para o movimento visto em janeiro de 2010.
Por outro lado, a demanda por exportação continuou a enfraquecer, com as vendas para clientes externos em queda pelo 11º mês seguido.
Ainda assim, o aumento nas novas encomendas totais levou ao maior crescimento na produção manufatureira já registrado.
A capacidade da indústria ficou sob pressão no mês, como mostrando pelo primeiro aumento dos pedidos pendentes em quatro meses, na alta mais forte em mais de dois anos.
O resultado foi elevação de empregos no setor pela primeira vez em cinco meses e no melhor ritmo desde setembro de 2019.
Com esse cenário, a confiança sobre o futuro registrou o melhor resultado de 2020 até agora. Mais de 80% dos entrevistados indicaram expectativas positivas de crescimento, com as empresas antecipando recuperação contínua da demanda e das vendas nos próximos 12 meses.
O contraste ficou para as tendências de preços, com a inflação do custo de insumos chegando ao nível mais elevado dos registros da pesquisa, diante do aumento dos preços de metais, além de taxas de câmbio desfavoráveis e aumentos de custos junto aos fornecedores devido à escassez de estoques.
Como resultado, os preços cobrados também foram elevados a um ritmo recorde.