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Indústria do Brasil perde força em outubro pelo 5º mês seguido, mostra PMI

01 nov 2022, 10:24 - atualizado em 01 nov 2022, 10:24
indústria
A S&P Global informou nesta terça-feira que seu PMI de indústria do Brasil caiu a 50,8 em outubro de 51,1 em setembro (Imagem: REUTERS/Fabian Bimmer/Files)

A contração no volume de encomendas recebidas diante da demanda fraca levou o crescimento da indústria brasileira a perder força pelo quinto mês seguido em outubro, apesar da melhora do cenário inflacionário, de acordo com a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).

A S&P Global informou nesta terça-feira que seu PMI de indústria do Brasil caiu a 50,8 em outubro de 51,1 em setembro.

O índice permaneceu acima da marca de 50 que separa crescimento de contração, mas registrou o nível mais fraco na atual sequência de oito meses de expansão.

“A notícia mais positiva…veio das medidas de preços. As pressões inflacionárias se dissiparam em outubro”, disse a diretora associada de economia da S&P Markit, Pollyanna De Lima. “Mas a demanda por bens brasileiros piorou em outubro, caindo pela primeira vez em oito meses apesar de as empresas terem reduzido os preços cobrados.”

O subíndice de novas encomendas, com maior influência para o PMI, foi o que mais pesou para o resultado do mês, com a primeira contração em oito meses, ainda que modesta. Segundo os participantes da pesquisa, o motivo foi a demanda fraca.

Ao mesmo tempo, as novas encomendas de exportação recuaram pelo oitavo mês seguido, e a um ritmo sólido, segundo a S&P Global.

Mas apesar disso, os fabricantes brasileiros continuaram em outubro a aumentar os volumes de produção, ainda que a uma taxa modesta, similar àquela vista em setembro.

O cenário relativo aos preços, entretanto, foi mais favorável. Em contraste aos fortes aumentos vistos durante a maior parte dos últimos três anos, os custos de insumos caíram em outubro, na primeira redução desde outubro de 2014 e a mais forte em quase 13 anos e meio.

Segundo a pesquisa, os motivos para isso foram os preços mais baixos das commodities, bem como cortes de impostos de combustíveis e energia.

As empresas transferiram isso para seus clientes por meio da redução dos preços cobrados, a primeira em quase cinco anos e meio e a mais forte desde agosto de 2009, em uma tentativa também de atrair a demanda.

A compra de insumos, no entanto, caiu em outubro, após cinco meses de alta, devido a fraqueza da demanda, estoques suficientes e necessidades menores de produção. Ao mesmo tempo, os estoques de matérias-primas e itens semiacabados subiram a uma taxa forte.

Já o emprego na indústria aumentou no início do quarto trimestre pelo oitavo mês seguido, com as empresas citando reposição de vagas abertas.

Contribuíram para a criação de postos de trabalho as projeções positivas de crescimento. O fabricantes continuavam bastante confiantes em uma alta da produção ao longo dos próximos 12 meses, embora haja preocupações com endividamento, guerra na Ucrânia e incerteza política.

Os dados da pesquisa foram coletados de 12 a 24 de outubro, portanto entre o primeiro e o segundo turno da eleição presidencial.

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