Indústria do aço vive “oportunidade geracional”; compre Gerdau, CSN e Usiminas, indicam analistas
A indústria de aço brasileira segue em ritmo acelerado de produção e demanda. Em maio deste ano, a produção de aço bruto no país atingiu 3,1 milhões de toneladas, representando um crescimento de 40,1% em relação ao mesmo mês de 2020 e a maior produção mensal desde outubro de 2018, de acordo com o Instituto Aço Brasil.
As vendas internas subiram 73,9% no comparativo anual e totalizaram 2,1 milhões de toneladas. As exportações somaram 746 mil toneladas, equivalente a US$ 636 milhões.
De janeiro a maio, a produção de aço bruto avançou 20,3% em relação a igual intervalo de 2020. A fabricação de laminados subiu 29,7%, totalizando 11,1 milhões de toneladas, enquanto a de semiacabados para vendas cresceu 0,5%, a 3,3 milhões de toneladas.
As vendas internas no acumulado do ano chegaram a 10 milhões de toneladas. As exportações registraram faturamento de US$ 3 bilhões, montante correspondente a 4,3 milhões de toneladas.
Na avaliação do BTG Pactual (BPAC11), os dados são positivos e sugerem que o setor não deve perder força nos próximos trimestres, considerando que (i) a economia brasileira continuará crescendo, (ii) a agenda de pedidos dos fabricantes de aço ainda está lotada, com boa visibilidade para, pelo menos, os próximos três meses, e (iii) a cadeia de abastecimento continua com níveis baixos de estoque.
O banco também defendeu que agora é um bom momento para comprar as ações das empresas siderúrgicas, pois estão bastante descontadas.
“Entendemos o ceticismo dos investidores sobre a sustentabilidade do ciclo atual, mas acreditamos que a indústria do aço está vivendo uma oportunidade geracional no que diz respeito ao rebalanceamento dos valores das empresas”, afirmaram Leonardo Correa e Caio Greiner, responsáveis pelo relatório divulgado na quinta-feira e obtido pelo Money Times.
Na opinião dos analistas, os valuations de Gerdau (GGBR4), CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5), atualmente próximos de 3 vezes EV/Ebitda (valor da empresa sobre Ebitda) para 2022, já acomodam uma correção agressiva dos preços e da demanda por aço para os próximos trimestres – o que, para eles, parece improvável de acontecer, considerando os balanços apertados de vendas e distribuição.
“A implementação de preços será peça-chave daqui em diante, e acreditamos que o atual cenário apertado de vendas e distribuição continuará favorecendo as negociações”, comentaram Correa e Greiner.
O BTG acredita que, com receitas maiores, os investidores voltarão a ganhar confiança com o setor.