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Indústria de ração compra trigo a R$ 1,4 mil para outubro e baliza safra de pressão altista

31 maio 2021, 16:00 - atualizado em 31 maio 2021, 16:00

 

Trigo
Trigo germinando no Paraná está comprometido e balança as previsões gerais da cultura (Imagem: REUTERS/Eduard Korniyenko)

A conjuntura do trigo brasileiro, nesta início de safra, tem tudo a ver com fundamentos de outras commodities. O cereal crescerá em razão direta da expansão da demanda por soja e milho.

O que o consultor e trader Marcelo De Baco disse ao Money Times em ocasiões recentes, ele traduz em valores o que o mercado está vendo hoje, a R$ 1,6 mil a tonelada, puxada pelas fábricas que tentam substituir parte daqueles grãos na comida para suínos e aves.

“Se fôssemos contar apenas com a moagem nacional e exportações, os preços deveriam estar na casa dos R$ 1,1 mil no interior, mas as indústrias de ração já compraram lotes importantes a R$ 1,4 mil para retirada em outubro e novembro”, diz.

Pois é, a demanda vem de fora.

As cotações da soja e milho esfriaram um pouco pelas condições favoráveis da safra dos Estados Unidos, mas há uma tendência à reação para o segundo semestre, seguindo quase o padrão de algumas semanas – e como se viu no mesmo período do ano passado.

Dito isto, quando os primeiros trigos da safra saírem, que poderiam deprimir os preços a cerca de R$ 900/t, tendem a ser absorvidos por essas demandas fora do consumo humano, mas previsão que descarta altas do câmbio até novembro.

Traduzindo o CEO da De Baco Corretora de Mercadorias, há o risco de que as primeiras ofertas não cheguem aos moinhos, pela intensa procura das misturadoras de ração. E quando necessitarem, o mercado produtor já negociou a matéria-prima mais cedo.

Com tudo isso, ainda se terá um ganho de produção, via também aumento de área. Ou seja, não vai ser oferta maior que inibirá os preços.

Há uma expectativa para De Baco e outros que o trigo alcance a produção de 7 milhões de toneladas, contra as 6 a 6,2 milhões/t de 2020. 8 milhões contando com São Paulo, Minas, Goiás e Mato Grosso do Sul.

Mas há sinais desencontrados em relação ao Paraná, maior produtor, que está chegando em 60% da área semeada. É grão germinando na seca, que também sofreu com atraso no plantio.

E como isso vai espremer a janela do plantio da soja e milho de verão, Marcelo De Baco crê que não acabará tendo aumento significativo de área. Muitos produtores não arriscaram plantar trigo e comprometer a produção das commodities mais seguras.

No Rio Grande do Sul, segundo principal celeiro, o aumento de área fica entre 17% e 20%.

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