Indústria classifica decisão do Copom como ‘excessivamente conservadora’
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) criticou a manutenção da Selic a 10,5% ao ano, classificando a decisão anunciada pelo Copom nesta quarta-feira (19) como o “inadequada e excessivamente conservadora”.
Para o presidente da entidade, Ricardo Alban, a decisão só irá impor restrições adicionais à atividade econômica, com reflexos negativos sobre o emprego e a renda, sem que, segundo ele, o quadro inflacionário exija tamanho sacrifício.
“A manutenção do ritmo de corte na Selic seria o correto, pois contribuiria para mitigar o custo financeiro suportado pelas empresas e pelos consumidores, sem prejudicar o controle da inflação”, defendeu em nota.
A CNI já havia criticado a decisão do Copom em maio de cortar a Selic em 0,25 ponto percentual, dizendo que a redução da taxa poderia ser mais expressiva.
- Selic acima dos 10%: este é o momento para comprar ações brasileiras “em promoção”, diz analista. Veja as 10 top picks da Empiricus Research, neste relatório gratuito.
Decisão sobre Selic foi unânime
A decisão desta quarta de manter a Selic no patamar de 10,50% ao ano foi unânime. Campos Neto e Gabriel Galípolo votaram pela manutenção dos juros, acompanhados por Ailton Santos, Carolina Barros, Diogo Guillen, Otávio Damaso, Paulo Picchetti, Renato Gomes e Rodrigo Teixeira.
“O Comitê, unanimemente, optou por interromper o ciclo de queda de juros, destacando que o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas demandam maior cautela”, disse em comunicado.
Para o Copom, a política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente em patamar que consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas.