Indústria brasileira volta a crescer em março pela 1ª vez desde outubro, mostra PMI
A indústria brasileira voltou a registrar crescimento em março pela primeira vez em cinco meses diante da recuperação das novas encomendas e da produção, embora a confiança empresarial tenha enfraquecido para uma mínima desde outubro com a guerra na Ucrânia, apontou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) da S&P Global.
O PMI da indústria brasileira subiu a 52,3 em março, de 49,6 em fevereiro, voltando a ficar acima da marca de 50 que separa crescimento de contração pela primeira vez desde outubro e na máxima em seis meses.
A S&P Global destacou, entretanto, que o resultado foi insuficiente para compensar as contrações vistas este ano, e que na média do primeiro trimestre o PMI permanece abaixo de 50.
Os dados mostram que as encomendas à indústria brasileira aumentaram pela primeira vez em seis meses, com os entrevistados citando o fortalecimento da demanda, conquista de novos clientes e esforços de reabastecimento entre os clientes.
Com as vendas mais altas, o volume de produção também aumentou, expandindo pela primeira vez desde setembro, embora tenha havido novo declínio nas encomendas de exportação.
A melhora da demanda favoreceu ainda o emprego na indústria em março, com a taxa de crescimento registrando o ritmo mais forte desde outubro de 2021.
Apesar da melhora em março, o nível geral de sentimento positivo na indústria caiu para a mínima desde outubro. As empresas permaneceram confiantes de que a produção vai aumentar no ano à frente, mas a elevada incerteza em torno das pressões de preços, escassez de insumos, a instabilidade econômica e a guerra entre Rússia e Ucrânia afetaram o otimismo no setor.
Em março, os custos dos insumos tiveram a maior alta até agora neste ano. Os atores citados foram o conflito na Ucrânia, iniciado no final de fevereiro, bem como a força do dólar e o descompasso entre a demanda e a oferta.
Com isso, os preços cobrados foram elevados novamente e a taxa de inflação bateu máxima de sete meses. Quase 43% das empresas consultadas sinalizaram revisão para cima de seus preços de venda, contra menos de 1% que indicou números menores.