Indústria brasileira de carros elétricos, híbridos e movidos a etanol esbarra em falta de recursos e burocracia
Embora o Brasil seja apontado como o líder da transição energética global, por suas diversas alternativas na produção de combustíveis verdes, o país ainda não conta com uma produção própria de carros elétricos, híbridos e movidos a etanol.
De acordo com o professor da Universidade de Waterloo, Jesse Van Griensven Thé, a realização desse objetivo enfrenta desafios significativos.
“O Brasil conta com uma capacidade financeira limitada. O investimento inicial necessário para estabelecer uma indústria de veículos elétricos é alto, incluindo custos com infraestrutura, pesquisa e desenvolvimento, além de tecnologia. Empresas e investidores brasileiros podem achar difícil competir com os subsídios e incentivos oferecidos em mercados mais desenvolvidos, como a China, Japão, Estados Unidos e a União Europeia, que possuem políticas robustas para apoiar a transição energética”, explica.
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Outro fator que surge como um impedimento são às barreiras burocráticas. “O ambiente regulatório no Brasil é conhecido por sua complexidade e lentidão, o que pode desincentivar investimentos e atrasar projetos. Reformas na legislação e processos mais eficientes são necessários para atrair investimentos e facilitar o desenvolvimento da indústria automotiva sustentável”, avalia.
Van Griensven ressalta que apesar dos desafios, o Brasil tem um histórico de sucesso com carros movidos a etanol, e pode aproveitar essa experiência para avançar na produção de veículos híbridos e elétricos. “Iniciativas públicas e privadas, bem como parcerias internacionais, serão fundamentais para superar as barreiras financeiras e burocráticas e posicionar o Brasil como um competidor na indústria global de veículos sustentáveis”, conclui.