Indígenas de Rondônia e Mato Grosso lançam criptomoeda OYX
Em meio a dificuldades enfrentadas pelas comunidades tradicionais por causa da pandemia da covid-19, comunidades indígenas de Rondônia e de Mato Grosso se uniram em torno de uma ação inovadora para auxiliá-los nessa situação de emergência. Será lançada hoje (11) a OYX, uma criptomoeda mundial indígena transcultural.
As criptomoedas são moedas virtuais, armazenadas em carteiras digitais, que podem estar online ou instaladas em computadores ou celulares. Elas funcionam por meio de um código complexo, único e que não pode ser alterado isoladamente.
O recurso foi idealizado por Elias Oyxabaten Suruí, do povo Suruí Paiter, que se uniu aos Cinta Larga, dois povos que são tradicionais rivais. “É uma ideia minha de união. A intenção é trabalhar com os dois povos e mostrar serviço para auxiliar as duas comunidades na região”. Juntos, os Suruí Paiter e os Cinta Larga somam cerca de 4 mil pessoas.
OYX é a abreviação do sobrenome de Elias, que significa homem persistente. A porta-voz da OYX, Adriana Siliprandi, explica que a ideia é permitir que as aldeias possam criar novos projetos econômicos com autonomia.
“A premissa da iniciativa não é de servir de aplicação financeira. Embora a OYX seja anunciada como uma criptomoeda, trata-se, na realidade, de um token utilitário [gerador de senha], uma espécie de criptoativo, mas que, à diferença do bitcoin, por exemplo, não tem características de investimento, como perspectivas de remuneração ou de valorização em mercado secundário”.
Serão emitidas inicialmente 100 milhões de OYX, com valor de R$ 10 a unidade. Segundo Adriana, as aplicações poderão ser feitas em reais. “A ideia é que o token seja pareado com a moeda brasileira”. Entre os objetivos de arrecadação estão a construção de escolas, compra de sementes e equipamentos e ações de saneamento.