Ibovespa sobe com pacote econômico no radar e cena externa ajuda
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,77%, a 102.297,95 pontos.
O volume financeiro somou 23,2 bilhões de reais.
Nos Estados Unidos, o S&P 500 (SPX) e o Nasdaq (US100) renovaram máximas, após a Food and Drug Administration (FDA) autorizar uso emergencial de plasma sanguíneo rico em anticorpos em pacientes de Covid-19.
A possibilidade de os EUA acelerarem uma vacina experimental contra o coronavírus que está sendo desenvolvida pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford, conforme noticiou o Financial Times, também repercutiu positivamente.
No Brasil, com a temporada de balanços caminhando para o final, o cenário fiscal ganha mais relevância, principalmente com a perspectiva de novas medidas para apoiar a recuperação econômica do país.
Havia expectativa de que um pacote fosse anunciado na terça-feira, mas o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), afirmou à Reuters que o governo vai adiar o anúncio. A nova data deve ser decidida ainda nesta segunda-feira.
Para Rodrigo Franchini, sócio da Monte Bravo Investimentos, dado o cenário no exterior, principalmente nos EUA, era para a bolsa brasileira estar melhor, mas o risco de frustração com as possíveis novas medidas no horizonte adiciona alguma cautela.
“O plano pode ser mais um motivo para frustrar os investidores caso o governo acabe não trazendo soluções efetivas para alguns pontos”, ponderou, acrescentando também que há chance de o pacote mostrar um viés mais populista do governo.
Ele não descartou uma aceleração na bolsa se as medidas agradarem quando forem divulgadas, mas avaliou que o mercado preferiu um viés mais cauteloso.
Com o mercado fechado, Bolsonaro editou decreto prorrogando em mais 60 dias a possibilidade de suspensão de contrato ou redução de jornada com o pagamento, pelo governo, do benefício emergencial para preservação de emprego.
Destaques
Eletrobras (ELET3) e Eletrobras (ELET6) dispararam 9,74% e 8,02%, respectivamente, tendo de pano de fundo que o governo do presidente Jair Bolsonaro tem negociado com parlamentares para que debates no Congresso sobre sua proposta de privatização da elétrica comecem pelo Senado, e não pela Câmara, conforme disseram à Reuters duas fontes com conhecimento do assunto nesta segunda-feira.
Azul (AZUL4) avançou 4,06%, apoiada pelo noticiário mais positivo sobre tratamento para o Covid-19.
Analistas do BTG Pactual (BPAC11) citaram discussão positiva com executivos da companhia, incluindo que a demanda está voltando mais forte do que a empresa imaginava e que as negociações com o BNDES estão em estágio avançado, mas reiteraram recomendação ‘neutra’ para as ações.
No setor, Gol (GOLL4) subiu 3,56%.
Banco do Brasil ganhou 2,7%, destaque no setor de bancos, com Itaú Unibanco (ITUB4) avançando 1,66% e Bradesco (BBDC4) subindo 2,27%, em meio ao clima mais positivo na bolsa.
Petrobras (PETR4) fechou em alta de 1,82%, na esteira do avanço dos preços do petróleo no mercado externo. Petrobras (PETR3) subiu 1,99%.
Vale (VALE3) teve elevação de 1,22%, também beneficiada pelo clima mais favorável no exterior.
Yduqs (YDUQ3) caiu 6,10%, com resultado do segundo trimestre previsto para esta semana.
No setor, Cogna (COGN3), que reportou seus números na última quinta-feira, perdeu 2,9%.
IRB BRASIL caiu 3,41%, tendo no radar balanço trimestral nesta semana.
A gestora Squadra publicou carta semestral citou que decisões tomadas no passado na resseguradora provavelmente deixarão sequelas dolorosas para os próximo anos e que considera uma ótima relação risco versus retorno manter um investimento ‘short’ (vendido) relevante nas ações.