Indicado de Bolsonaro ao STF deve sofrer resistência durante sabatina no Senado
Em pronunciamento nesta quarta-feira (7), o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) criticou a indicação do desembargador Kássio Nunes Marques para a vaga a ser deixada no Supremo Tribunal Federal pelo ministro Celso de Mello.
Ele considerou que o presidente da República, Jair Bolsonaro, cometeu um equívoco ao adotar essa decisão, já que o indicado, na sua opinião, reforçará no STF a maioria garantista do ponto de vista do direito, e também favorável ao aborto e contrária à prisão após a condenação em segunda instância.
— É indefensável esta indicação, que tem as digitais, sim, do ‘centrão’, que representa realmente essa política da troca de favores, de barganha, que está sempre ao lado do poder. Então parece que outros interesses estão motivando isso tudo, não sei se para proteger familiares… Há alguma coisa nesse sentido — afirmou Girão.
O parlamentar disse que a maioria dos brasileiros esperava o cumprimento das promessas de campanha do presidente, de que atuaria para modificar a correlação de forças no Supremo, indicando um ministro de posições conservadoras em questões como a família, a defesa da vida e em geral da pauta de costumes, além de defensor da luta contra a corrupção simbolizada pela operação Lava Jato.
Eduardo Girão ressaltou que sua crítica não é um ataque pessoal a Kássio Nunes Marques, mas se baseia numa “questão de princípios”, já que considera que a indicação de um ministro do Supremo não deve servir como moeda de troca para negociações políticas, nem para reforçar o ativismo judicial.