Índia sofre críticas internas por exportar vacina enquanto infecções aumentam
7O Partido do Congresso, maior legenda de oposição da Índia, criticou nesta terça-feira o governo do primeiro-ministro, Narendra Modi, por exportar quase o dobro do número de doses de vacinas contra o coronavírus do que as imunizações realizadas no país, apesar de uma disparada de infecções.
A Índia, que é a maior fabricante mundial de vacinas, doou ou vendeu 59 milhões de doses produzidas localmente e administrou 33 milhões à sua própria população desde que iniciou sua campanha de inoculação, em meados de janeiro.
Enquanto alguns países ricos, como os Estados Unidos, estão sendo acusados de nacionalismo da vacina, a Índia está sendo louvada globalmente por enviar vacinas a 71 países, principalmente a da AstraZeneca, além do imunizante nacional da Bharat Biotech.
Mas agora muitos indianos querem que o governo disponibilize vacinas a uma parte maior de sua própria população, e não somente aos idosos e às pessoas acima de 45 anos com problemas de saúde.
“A prioridade do governo Modi não é o Estado, mas nações estrangeiras”, disse o Congresso no Twitter, acusando o premiê de se concentrar em “RP (relações públicas) em lugar do povo”.
O ministro da Saúde, Harsh Vardhan, disse ao Parlamento que as vacinas não estão sendo exportadas “às custas do povo da Índia” e que se está estabelecendo um equilíbrio.
A Índia, que tem uma população de 1,35 bilhão de habitantes, planeja vacinar 300 milhões até agosto.