Internacional

Índia quer triplicar exportações para US$ 1 trilhão em cinco anos

12 set 2019, 8:03 - atualizado em 12 set 2019, 8:32
Exportações do país totalizaram US$ 330 bilhões no ano encerrado em março (Imagem: Pixabay)

A Índia quer mais do que triplicar suas exportações anuais para US$ 1 trilhão nos próximos cinco anos, uma meta ambiciosa diante da desaceleração do crescimento global e da escalada da guerra comercial.

Atingir essa meta de exportações é essencial para tornar a Índia uma economia de US$ 5 trilhões, disse o ministro do Comércio, Piyush Goyal, em Nova Déli na quinta-feira. As exportações do país do Sudeste Asiático totalizaram US$ 330 bilhões no ano encerrado em março, em comparação com os US$ 2,6 trilhões da China em 2018.

O objetivo ambicioso fica claro ao analisar o desempenho comercial da Índia nos cinco anos anteriores: o país conseguiu aumentar as exportações em apenas US$ 16 bilhões durante esse período.

Stretch Goal

 

“Atingir US$ 1 trilhão será muito difícil, a menos que a Índia encontre alguns grandes campos de petróleo”, disse Rahul Bajoria, economista sênior do Barclays Bank, em Cingapura. “Se incluirmos produtos e serviços, seria possível, mas será preciso ganhar participação de mercado.”

Goyal não especificou se estava falando apenas sobre exportação de mercadorias. Incluindo serviços, as exportações totais da Índia somaram US$ 535 bilhões no ano passado.

A Índia, juntamente com várias economias do sul e do sudeste da Ásia, procura se beneficiar das oportunidades criadas pela guerra comercial EUA-China, que forçou empresas a buscarem novos mercados não afetados pelas tarifas. Os ganhos não são garantidos: o Vietnã, visto como um grande vencedor das tensões comerciais, registrou queda de 30% das encomendas de têxteis, um de seus principais produtos exportados, no primeiro semestre em relação ao ano anterior.

O primeiro-ministro Narendra Modi, que assumiu um segundo mandato em maio, prometeu transformar a Índia em uma economia de US$ 5 trilhões em 2024, comparada aos atuais US$ 2,7 trilhões. Embora essa meta exija uma expansão econômica anual de 9% a 10%, os dados do último trimestre mostraram que o PIB cresceu 5%, o ritmo mais fraco em seis anos, diante do consumo doméstico mais fraco.