Independência do BC gerou ‘ruídos na mídia’; saiba o que mais foi abordado por Campos Neto nesta segunda (4)
Na segunda-feira (4), Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), afirmou que não queria que o assunto sobre a independência do BC “ficasse gerando ruído na mídia”, durante sua palestra na Associação dos Comerciantes de São Paulo (ACSP).
Durante o evento, Campos Neto abordou a independência do BC, economias globais e brasileira e projetos digitais da autarquia.
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Campos Neto aborda independência do BC
Ao longo da reunião, o presidente do Banco Central afirmou que, após abordar a necessidade de independência do BC, não queria que o assunto “ficasse gerando ruído na mídia”.
Para ele, o tema é mais técnico. Campos Neto entende que é um passo natural para o órgão, já que mais de 90% dos bancos centrais globais possuem autonomia financeira.
Campos Neto entende que, ao explicar as necessidades de tornar o órgão autônomo, é possível convencer o governo. “O trabalho do BC é ajudar o Brasil e o governo”, afirmou.
Economias globais e nacional são analisadas
Internacionalmente, os próximos passos da política monetária dos Estados Unidos (EUA) estão sendo analisados de perto.
No país, a dívida pública, que cresce para em torno de 180% do Produto Interno Bruno (PIB) da nação, mostra a influência da pandemia, que aumentou os gastos de países desenvolvidos durante o período.
“Quanto mais rico o país. mais ele gastou com medidas de enfrentamento à pandemia”, afirmou Campos Neto.
A China também é um dos países na órbita do Brasil. Entre os assuntos trazidos por Campos Neto, a crise no setor imobiliário está no centro das discussões, com o temor da queda no consumo do país.
No Brasil, o presidente afirmou que as projeções para o crescimento econômico do país vêm surpreendendo, com uma revisão de crescimento para cima em 2024.
O desemprego também surpreendeu, com taxas mais baixas do que o esperado, e o mesmo movimento acontece com a massa real salarial.
BC quer investir em digitalização
Para o presidente do BC, o Pix, lançado em 2020, melhorou a bancarização do país, com cada vez mais brasileiros criando contas bancárias apenas para usar o sistema.
O objetivo agora é fazer com que cada vez mais pessoas entendam o mercado de digitalização, já que o Pix representa apenas uma parte da agenda digital.
De acordo com Campos Neto, os projetos de união monetária com outros países, principalmente com nações da América do Sul, perdem a razão, conforme as moedas digitais interconectadas ficam cada vez mais fortalecidas.