Consumo

Incertezas sufocam economia real, apesar do otimismo do mercado, diz 4E

27 nov 2017, 16:42 - atualizado em 27 nov 2017, 16:42

Com os investimentos estagnados, a recuperação da economia brasileira trilha um caminho dependente do consumo, incapaz de gerar crescimento sustentável a médio prazo, segundo avaliação do economista Thiago Curado, sócio da 4E Consultoria.

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“Parece que o lado real da economia não compartilha o otimismo e as certezas do mercado financeiro acerca dos rumos do país pós eleições de 2018”, diz ele em carta mensal de novembro da consultoria, divulgada nesta segunda-feira (27).

Em análise pessimista, Curado nota que a retomada tem sido puxada pela demanda graças à melhora no mercado de trabalho e à inflação controlada. Quem atende essa demanda, atualmente, são as importações em alta, sem ampliar, portanto, a produção doméstica, hoje com capacidade ociosa.

“Enquanto a nuvem de incertezas que atualmente sufoca a economia brasileira não for dissipada, os investimentos seguirão estagnados”, escreve o sócio da 4E Consultoria. “Estabilidade política, equilíbrio fiscal, melhorias de infraestrutura e reformas microeconômicas que civilizem nosso ambiente de negócios são condições necessárias para uma recuperação econômica baseada no lado da oferta – e, portanto, sustentável a médio prazo. Não será fácil.”

O economista prevê que daqui até o fim de 2018 o consumo seguirá como o protagonista da recuperação econômica, enquanto a indústria padece para se expandir em padrões satisfatórios depois do tombo sofrido ao longo da recessão.

“Em síntese, a indústria não dá sinais concretos de recuperação capaz de impor maior dinamismo à atividade econômica doméstica. Com isso, limita também o quanto podemos esperar de recuperação para serviços, excluindo-se o setor de comércio. O PIB do terceiro trimestre deverá reforçar essa leitura, com serviços apresentando tímida recuperação, com a expansão do comércio sendo compensada pela estagnação e contração dos demais componentes de serviços.”

Nesta sexta-feira (1/12) serão conhecidos os dados da evolução do PIB brasileiro no terceiro trimestre.

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