Incertezas sobre privatização derrubam ações da Eletrobras
Investing.com – Com o passar do tempo e a aproximação do período eleitoral, o mercado aumenta a desconfiança sobre o sucesso do governo em aprovar o projeto de lei que autoriza a privatização da Eletrobras (ELET3). Esse ceticismo é sentido no desempenho das ações na B3, que voltam a operar com forte queda, com as ON recuando 5,05% a R$ 21,05 e as PNB (ELET6) perdendo 3,34% a R$ 24,61.
Para engrossar o caldo do pessimismo, a estatal divulgou na terça-feira que registrou prejuízo R$ 1,726 bilhão em 2017, resultado puxado principalmente pelas subsidiarias do Norte e Nordeste. Para tentar amenizar os números negativos e cortar custos, a Eletrobras lançou no começo da semana um Plano de Demissão Voluntária (PDV), esperando milhares de postos de trabalho.
O presidente da companhia, Wilson Ferreira Júnior, disse ontem que a emissão de ações para o aumento de capital, modelo escolhido para privatização, deve acontecer entre 15 de novembro e o início de janeiro de 2019, desde que Câmara e Senado aprovem neste semestre o projeto de lei da desestatização.
“A emissão de capital é feita com uma referência aos balanços publicados no trimestre anterior. Trabalharíamos com os dados publicados no terceiro trimestre, que são publicados até 15 de novembro”, disse o executivo, em entrevista coletiva em Brasília para falar dos resultados da empresa em 2017.
Até outubro a Eletrobras deve realizar uma assembleia de acionistas para aprovar as condições em que se efetivará o processo de privatização da companhia, que envolverá uma oferta de novas ações para diluir a atual participação majoritária da União na empresa.
“Nos próximos seis meses teríamos que trabalhar na avaliação (econômico-financeira da empresa), nos estudos (relacionados à privatização). A assembleia imagino que deva ocorrer em setembro, outubro deste ano”, afirmou ele.