Economia

Inadimplência no Brasil atinge em maio nível mais alto em mais de 5 anos

28 jun 2023, 10:49 - atualizado em 28 jun 2023, 10:49
Inadimplência, Brasil, Economia
Os juros cobrados pelas instituições financeiras no crédito livre ficaram em 45,4%, um aumento de 0,3 ponto percentual em relação ao mês anterior (Imagem: REUTERS/Bruno Domingos)

A inadimplência em recursos livres no Brasil atingiu em maio o nível mais elevado em mais de cinco anos junto com um aumento na taxa de juros média ao consumidor, o que reflete a deterioração das condições de crédito.

Dados divulgados nesta quarta-feira pelo Banco Central mostram que, no mês, a inadimplência no segmento de recursos livres, ficou em 4,9%, contra 4,8% no mês anterior. Foi a leitura mais elevada desde fevereiro de 2018. Em maio do ano passado a inadimplência foi de 3,7%.

Esse resultado reflete os custos de empréstimos elevados, com a taxa básica de juros Selic em 13,75% ao ano, num movimento de aperto monetário do Banco Central para conter a inflação.

As taxas bancárias médias avançaram em maio. Os juros cobrados pelas instituições financeiras no crédito livre ficaram em 45,4%, um aumento de 0,3 ponto percentual em relação ao mês anterior. Nos recursos direcionados, também houve alta de 0,3 ponto no mês, a 12,4%.

Já a taxa do rotativo do cartão de crédito atingiu em maio 455,1% ao ano, enquanto a inadimplência nessa categoria foi a 54%, de 52,1% no mês anterior.

Tanto o BC quanto o Ministério da Fazenda afirmam que estão avaliando medidas para reduzir o custo do crédito no rotativo.

O spread bancário, diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa final cobrada do cliente, subiu para 33,3 pontos percentuais nos recursos livres, contra 32,7 pontos no mês anterior.

Ainda em maio, as concessões de empréstimos no Brasil avançaram 15,5% na comparação com o mês anterior, com o estoque total de crédito avançando 0,3% no período, a 5,387 trilhões de reais.

No mês, as concessões de financiamentos com recursos livres, nos quais as condições dos empréstimos são livremente negociadas entre bancos e tomadores, subiram 14,7% em relação ao mês anterior. Para as operações com recursos direcionados, que atendem a parâmetros estabelecidos pelo governo, houve aumento de 23,3% no período.

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