Política

Imposto sobre mineração no Peru pode aumentar sem afetar competitividade, diz ministro

09 ago 2021, 21:01 - atualizado em 09 ago 2021, 21:01
Pedro Francke
As regras de teto de gastos também serão restabelecidas após uma suspensão por conta da pandemia (Imagem: REUTERS/Angela Ponce)

O ministro das Finanças do Peru, Pedro Francke, disse à Reuters nesta segunda-feira que o novo governo de esquerda do país pode aumentar os impostos sobre o setor de mineração para financiar gastos públicos sem que a competitividade do setor privado seja afetada tudo isso ao mesmo tempo em que o déficit fiscal é reduzido.

O Peru, segundo maior produtor mundial de cobre, é altamente dependente dos impostos sobre as mineradoras, e o novo presidente, Pedro Castillo, prometeu entregar novos programas sociais para reduzir a pobreza no país.

A eleição de Castillo que é membro de um partido marxista-leninista para a presidência do país em junho assustou investidores, com o sol peruano recuando para um nova mínima recorde frente ao dólar nesta segunda-feira.

Francke, um economista moderado de esquerda que já trabalhou para o Banco Mundial, disse em entrevista à Reuters que o governo está trabalhando para reconquistar a confiança dos investidores.

O ministro afirmou que o governo está comprometido com a manutenção da disciplina fiscal e que irá reduzir o déficit em 2022 em 1 ponto percentual em comparação com 2021.

As regras de teto de gastos também serão restabelecidas após uma suspensão por conta da pandemia.

“Nós iremos manter um caminho de declínio para o déficit fiscal ao longo do tempo, que irá manter um teto de dívidas em um nível bem razoável”, afirmou Francke.

A fala conservadora de Francke em termos fiscais contrasta com a do chefe de gabinete, Guido Bellido, um autointitulado socialista que disse recentemente à Reuters que o novo governo espera criar novas empresas públicas para atuar nos setores de gás natural e hidrelétrico.

Francke disse que não manteve conversas sobre novas empresas públicas ou sobre financiar novos investimentos em entidades estatais já existentes.