Imposto sobre mineração no Peru pode aumentar sem afetar competitividade, diz ministro
O ministro das Finanças do Peru, Pedro Francke, disse à Reuters nesta segunda-feira que o novo governo de esquerda do país pode aumentar os impostos sobre o setor de mineração para financiar gastos públicos sem que a competitividade do setor privado seja afetada tudo isso ao mesmo tempo em que o déficit fiscal é reduzido.
O Peru, segundo maior produtor mundial de cobre, é altamente dependente dos impostos sobre as mineradoras, e o novo presidente, Pedro Castillo, prometeu entregar novos programas sociais para reduzir a pobreza no país.
A eleição de Castillo que é membro de um partido marxista-leninista para a presidência do país em junho assustou investidores, com o sol peruano recuando para um nova mínima recorde frente ao dólar nesta segunda-feira.
Francke, um economista moderado de esquerda que já trabalhou para o Banco Mundial, disse em entrevista à Reuters que o governo está trabalhando para reconquistar a confiança dos investidores.
O ministro afirmou que o governo está comprometido com a manutenção da disciplina fiscal e que irá reduzir o déficit em 2022 em 1 ponto percentual em comparação com 2021.
As regras de teto de gastos também serão restabelecidas após uma suspensão por conta da pandemia.
“Nós iremos manter um caminho de declínio para o déficit fiscal ao longo do tempo, que irá manter um teto de dívidas em um nível bem razoável”, afirmou Francke.
A fala conservadora de Francke em termos fiscais contrasta com a do chefe de gabinete, Guido Bellido, um autointitulado socialista que disse recentemente à Reuters que o novo governo espera criar novas empresas públicas para atuar nos setores de gás natural e hidrelétrico.
Francke disse que não manteve conversas sobre novas empresas públicas ou sobre financiar novos investimentos em entidades estatais já existentes.