Imposto de Renda: Haddad quer mudança no 2º semestre
Em Davos, na Suíça, onde participa do Fórum Econômico Mundial, o ministro da Fazenda Fernando Haddad voltou a falar em reformar o Imposto de Renda com um projeto no segundo semestre deste ano.
“No segundo semestre, nós queremos votar uma reforma tributária sobre a renda para desonerar as camadas mais pobres do imposto e onerar quem hoje não paga imposto, muita gente no Brasil não paga imposto, precisamos reequilibrar o sistema tributário para melhorar a distribuição de renda”, disse aos jornalistas presentes.
Em entrevista ao site 247, o novo ministro da Fazenda já havia prometido correção da faixa de isenção da tabela, mas alertando que não faria a mudança para 2023. “Imposto de Renda tem que ter anualidade. Tem que decidir até o final deste ano para valer as regras do ano que vem”, disse Haddad em resposta à perguntas enviadas por espectadores da live promovida pelo portal.
A faixa de isenção está hoje em R$ 1,9 mil. A atual tabela vigente está em vigor desde 2014. Sem a correção, o contribuinte que paga IR tem que pagar a cada ano mais imposto. Com o novo salário mínimo de R$ 1.320, quem recebe 1,4 salário mínimo terá que pagar IR em 2023.
“Nós queremos aprovar a reforma tributária. Ela é essencial para buscar a justiça tributária e para reindustrializar o país, porque é a indústria que paga hoje quase um terço dos tributos no Brasil e responde por 10% da produção. Então, existe um desequilíbrio muito grande em relação à indústria”, disse Haddad na Suíça.
O ministro lembrou que há duas Propostas de Emenda à Constituição (PECs), e que a meta é um “texto de consenso”. “Há uma discussão que já aconteceu, tem muito debate que já se realizou, duas propostas que estão chamando a atenção dos parlamentares, e nós entendemos que o caminho é chegar a um texto de consenso. E, se depender do governo, nós vamos votar no primeiro semestre a reforma tributária”, afirmou Haddad.