Imposto de Renda: Haddad não sabe como vai ampliar isenção até R$ 5 mil; entenda
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem uma meta: aumentar a faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 5 mil. Essa era uma promessa de sua campanha eleitoral e voltou a falar sobre esse patamar ao anunciar a revisão da faixa de isenção no domingo.
No dia 30 de abril, Lula anunciou que deixam de acertar as contas com o Leão aqueles que recebem até R$ 2.640 por mês. O valor representa dois salários mínimos, que também subiu, passando de R$ 1.302 para R$ 1.320.
No entanto, a tarefa de elevar a faixa de isenção não está sendo fácil para o Ministério da Fazenda. Em entrevista para a rádio CBN, Fernando Haddad disse que ainda não tem a resposta para chegar hoje à isenção de R$ 5 mil no Imposto de Renda.
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“Eu não tenho resposta para chegar até 5 mil reais hoje. Eu tenho a resposta para continuar avançando, o ano que vem dar um pouco a mais, passar de R$ 3 mil. Chegar em R$ 4 mil em 2025, eu acho que é possível”, avaliou o ministro. “Estamos com alguma folga, porque para os dois próximos anos nós estamos relativamente programados, mas para chegar nesse patamar [de R$ 5 mil] é muito desafiador”, completou.
Haddad ainda destacou que a alta na faixa de isenção do Imposto de Renda de R$ 1.903,98 para os atuais R$ 2.640 só foi possível porque a equipe econômica passará a taxar rendimentos de aplicações financeiras no exterior.
Segundo a Medida Provisória assinada por Lula, serão tributados rendimentos recebidos no exterior por meio de aplicações financeiras, entidades controladas e trusts (fundos usados para administrar quantias de terceiros e comum em paraísos fiscais).
Com isso, serão criadas três faixas de cobranças para esse tipo de rendimentos. Os valores abaixo de R$ 6 mil estão isentos. Já os rendimentos que excederem R$ 6 mil e forem até R$ 50 mil no ano serão taxados em 15%. Por fim, a terceira faixa é de 22,5% e será aplicada em rendimentos acima de R$ 50 mil.
Haddad ainda comentou sobre acreditar que o arcabouço fiscal será votado ainda no primeiro semestre. Além disso, criticou a decisão do Banco Central de manter a taxa de juros em 13,75%.