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Impossible Foods aposta em carne de porco vegetal de olho na China

06 nov 2019, 13:50 - atualizado em 06 nov 2019, 14:25
Uma estreia bem-sucedida na China seria um divisor de águas para o mercado de substitutos da carne (Imagem: Reprodução/Facebook Impossible Foods)

A Impossible Foods planeja lançar uma alternativa vegetal à carne de porco de olho na China, a joia da coroa do mercado global de carnes, que movimenta US$ 2,7 trilhões.

“Já temos protótipos muito bons de carne de porco à base de plantas”, disse o CEO Pat Brown em entrevista na quarta-feira à Bloomberg TV, durante a China International Import Expo, em Xangai. “É realmente apenas uma questão de comercializar e dimensionar isso.”

A China representa 28% do consumo mundial de carne, e o gigante asiático “sempre foi o país mais importante para nossa missão”, afirmou Brown. A empresa está em conversas com potenciais parceiros locais e membros do governo chinês, acrescentou.

Uma estreia bem-sucedida na China seria um divisor de águas para o mercado de substitutos da carne, que atualmente representa menos de 1% do consumo global de carne, mas tem potencial para atingir 9% até 2040, segundo Simon Powell, analista do Jefferies. Os hambúrgueres que imitam o sabor de carne bovina da Impossible já são servidos no Burger King e em outros restaurantes nos EUA. A empresa também quer chegar à Europa.

Mais de 60% da ingestão diária de carne entre consumidores chineses é de produtos de porco, mas a peste suína africana forçou o abate generalizado de suínos. Os preços da carne de porco subiram quase 70% em setembro na China, colocando pressão sobre os orçamentos domésticos.

“Como uma pequena empresa, não vamos preencher o vazio deixado pela epidemia da peste suína africana”, disse Brown. “Mas essa é uma oportunidade, pois as pessoas perceberão o quão a produção de alimentos de origem animal é vulnerável. É um verdadeiro problema de segurança alimentar e queremos ajudar a China a resolver isso.”

Brown disse que membros do governo chinês “estão realmente comprometidos em reduzir sua pegada ambiental e muito conscientes sobre as questões de segurança alimentar”.

“A demanda por carne excede em quatro vezes o que a China pode produzir em suas próprias terras”, disse. “É por isso que toda vez que alguém come um bife na China, uma pequena nuvem de fumaça sobe na Amazônia.”

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