AgroTimes

Importações de açúcar da China caem 100 mil toneladas com alta na oferta

13 jun 2022, 11:16 - atualizado em 13 jun 2022, 11:39
Açúcar
Safras & Mercado vê vetor de alta nos próximos anos no mercado de açúcar. Entenda o caso na coluna de Maurício Muruci. (Imagem: Pixabay)

O recente relatório semestral do USDA trouxe um cenário de mercado relativamente delicado para a China ao longo da próxima safra 2022/23.

De modo geral, na parte textual do relatório, o USDA se mostra sucinto com relação a China, apenas informando que a produção interna deve subir em função do aumento das safras de beterraba e de cana de açúcar.

Isto ocorre em função do clima favorável ao cultivo destas culturas na China.

A Safras & Mercado alerta que isto ocorre de forma muito padronizada na Ásia visto que as condições de clima favorável também são observas sobre a Índia e sobre a Tailândia.

Além disso o USDA reporta que o relaxamento das medidas de afastamento social também contribui para o crescimento na demanda interna.

É possível notar que a produção da China deve avançar 4,17% ao longo da safra nova 2022/23, ou 400 mil toneladas ao sair de 9,60 para 10,00 milhões de toneladas.

O detalhe é que o crescimento na produção é em grande parte absorvido pelo aumento da demanda interna que deve evoluir 300 mil toneladas, ou 1,94%, ao sair de 15,50 para 15,80 milhões de toneladas.

Isto ainda assim mantém a China em uma condição intensa de déficit entre oferta e demanda que deve passar de -5,90 para -5,80 milhões de toneladas entre a safra atual e a próxima temporada 2022/23.

Ainda assim há uma queda nas importações de 100 mil toneladas, ou 2,22%, que devem sair de 4,50 para 4,40 milhões de toneladas.

Como era de se esperar, a pressão recai sobre os estoques que devem iniciar a próxima temporada com perdas de 27%, ou 1,49 milhão de toneladas ao sair de 5,34 para 3,85 milhões de toneladas.

Já os estoques finais da safra nova devem ter uma queda ainda maior, de 39%, ou 1,50 milhão de toneladas, ao sair de 3,85 para 2,34 milhões de toneladas.

Açúcar com vetor de alta

Com a queda nos estoques e a alta na demanda interna a relação Estoque/Consumo despenca 10 pontos porcentuais passando de 24,86% para 14,86%, sendo a menor dos últimos 20 anos.

A Safras & Mercado alerta que a tendência da China em recompor seus estoques fortemente depreciados em um cenário de alta na demanda deve formar um vetor de alta nos próximos anos no mercado.

Além disso a Safras & Mercado alerta que o PIB da China tem apresentado níveis satisfatórios de crescimento dentro do “Novo Normal” estipulado pelo governo do país.

De 2020 para 2021 o crescimento anual no PIB fora de 8,1% ao passo que os ganhos trimestrais no comparativo anual de 2021 foram respectivamente de +18,3%, +7,9%, +4,9% e +4,0% do primeiro ao quarto trimestre de 2021.

Já em 2022 o primeiro trimestre apresentou ganho anual de 4,8%.

Logo, a China, mantendo padrões moderados de alta no PIB em meio a redução dos riscos macros junto ao andamento das reformas locais, coloca o país dentro de uma condição sustentável de aumento na demanda interna por açúcar a qual, demandará do mercado internacional tanto a recomposição dos estoques de depreciados quanto a recuperação da relação Estoque/Consumo que se mostra a menor que se tem notícia da série histórica dos últimos 20 anos.

Aproveite para conferir todas as Colunas do Maurício Muruci no Agro Times.

Siga o Agro Times no Facebook!

Curta nossa página no Facebook e conecte-se com os jornalistas e leitores do Agro Times. Nosso time traz as discussões mais importantes do dia e você participa das conversas sobre as notícias e análises de tudo o que acontece no agronegócio. Siga agora a página do Agro Times no Facebook!

Disclaimer

Money Times publica matérias informativas, de caráter jornalístico. Essa publicação não constitui uma recomendação de investimento.

Compartilhar

TwitterWhatsAppLinkedinFacebookTelegram
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar