Internacional

Impasse deixa acordo comercial do Brexit no fio da navalha

07 dez 2020, 9:31 - atualizado em 07 dez 2020, 11:49
Michel Barnier
O negociador-chefe da UE, Michel Barnier, estava “bastante abatido quanto às perspectivas de um acordo” quando falou a enviados nacionais durante uma refeição em Bruxelas na manhã desta segunda-feira (Imagem: Reuters/Peter Nicholls)

Negociadores britânicos e da União Europeia fizeram um esforço de última hora nesta segunda-feira para superar diferenças no caminho de um acordo comercia pós-Brexit, mas eles têm no máximo 48 horas para evitar uma saída desordenada ao final deste mês.

“As negociações UE-Reino Unido chegaram na reta final, o tempo está se esgotando rapidamente”, disse um diplomata da UE após o negociador-chefe do bloco, Michel Barnier, dar aos enviados dos países membros uma avaliação pessimista sobre a situação.

“Cabe ao Reino Unido escolher entre … um resultado positivo ou um resultado sem acordo.”

Com o crescente temor de um caos sem acordo comercial depois que o Reino Unido finalmente deixar a órbita da UE, em 31 de dezembro, as negociações foram retomadas antes que o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, analisem a situação mais tarde nesta segunda-feira.

O primeiro-ministro irlandês, Micheal Martin, cujo país será o mais afetado entre os 27 membros se não houver um acordo comercial, calculou as chances de um acordo em 50-50. O banco de investimentos JPMorgan disse que as chances de uma saída sem acordo aumentaram de 20% para um terço.

A libra caía devido às preocupações de que não haverá um acordo cobrindo um comércio anual de quase 1 trilhão de dólares.

Barnier disse a membros do Parlamento Europeu que as negociações podem acontecer até quarta-feira, mas não além, segundo a emissora irlandesa RTE.

Diplomatas da UE disseram que a bola está agora nas mãos de Johnson.

“As pessoas precisam entender que os britânicos estão brincando com fogo e que o fogo pode queimar a todos, e isso é algo que todos devemos tentar evitar”, disse Mairead McGuinness, comissário da Irlanda no Executivo da UE.

(Atualizada às 11h49)