Impala Resource Fund vê ganhos de longo prazo para commodities
O Impala Resource Fund, do investidor Bob Bishop e que teve ganho superior a 30% em 2020, prevê um mercado altista de longo prazo para as commodities.
O fundo faz parte da Impala Asset Management de Bishop, com US$ 2 bilhões sob gestão e foco em ações relacionadas a commodities e matérias-primas.
O Impala fez uma comparação com o último superciclo que começou no início de 2000 em um boom da demanda impulsionado pela China.
O fundo vê o cobre como um “claro vencedor” e também está otimista em relação a produtos de madeira e setor de energia. Sua previsão é que a demanda por petróleo supere a oferta em 2021, segundo apresentação vista pela Bloomberg News.
O cobre, considerado um termômetro da economia, é essencial para a “descarbonização”, segundo a apresentação. Veículos elétricos usam até quatro vezes mais do metal do que os motores de combustão interna, enquanto a energia renovável utiliza pelo menos três vezes mais cobre e até 15 vezes mais do que a produção de energia tradicional, disse o fundo. As estimativas ecoam previsões do Goldman Sachs e da BlackRock.
O Impala Resource Fund mostra ganho de quase 86% desde que foi lançado em 2016, de acordo com a apresentação aos investidores em 30 de dezembro.
O fundo tem agora mais de US$ 200 milhões sob gestão, disse uma pessoa a par dos dados que não quis ser identificada. Registrou ganho de mais de 30% em 2020 e agora está aberto a novos recursos, disse a pessoa.
O cobre subiu nove meses seguidos, o período de ganhos mais longo desde 1994. Os preços avançaram cerca de 80% em relação à mínima de março, impulsionados pelo apetite da China por commodities e problemas de abastecimento no início da pandemia de Covid-19.
O Impala espera mais ganhos em meio às expectativas de déficit da produção, dólar mais fraco e o papel do metal na tecnologia verde.
No geral, a indústria de hedge funds teve saídas no ano passado, mas fundos focados em commodities conseguiram captar fundos.
Esses fundos atraíram mais de US$ 4 bilhões em fluxos até outubro, em comparação com cerca de US$ 55 bilhões em saídas do setor no total, de acordo com dados do eVestment.
Embora o ciclo de alta iniciado em 2016 tenha sido interrompido pelo aperto monetário global, tarifas dos EUA e pela Covid-19, as matérias-primas agora têm “muito espaço” para ganhos, disse o Impala na apresentação. “Este ciclo se parece mais com 2003-08 do que com 2016-17.”
Os preços das matérias-primas subiram no segundo semestre de 2020 com a recuperação da demanda após as paralisações relacionadas à pandemia. O índice Bloomberg Commodity Total Return subiu 20% entre o final de junho e o fim de dezembro.