América Latina

Impactos econômicos do coronavírus ainda são incertos, diz presidente do Banco Central

14 fev 2020, 12:36 - atualizado em 14 fev 2020, 12:38
Coronavírus
Impactos econômicos ainda incertos, mas podem ser significativos caso a epidemia se mantenha por um tempo prolongado, alerta Campos Neto (Imagem: Reuters/Adriano Machado)

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou nesta sexta-feira que os impactos econômicos do coronavírus ainda são incertos, e que a avaliação dos agentes do mercado sobre as repercussões para a economia brasileira varia consideravelmente, oscilando no momento de uma redução de 0,1 ponto a queda de 0,4 ponto percentual do Produto Interno Bruto.

“Impactos econômicos ainda incertos, mas podem ser significativos caso a epidemia se mantenha por um tempo prolongado”, disse Campos Neto segundo apresentação divulgada pelo BC para palestra em evento fechado à imprensa em São Paulo.

O presidente do BC destacou, na apresentação, que os casos confirmados de pessoas infectadas pelo coronavírus já ultrapassaram um total de 60 mil com a nova metodologia de diagnóstico.

Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na terça-feira, o BC avaliou que um eventual prolongamento ou intensificação do surto implicará uma desaceleração adicional do crescimento global, com impactos sobre os preços das commodities e de importantes ativos financeiros.

“A consequência desses efeitos para a condução da política monetária dependerá da magnitude relativa da desaceleração da economia global versus a reação dos ativos financeiros”, frisou a autoridade monetária.

Banco Central BCB Copom
O BC avaliou que um eventual prolongamento ou intensificação do surto implicará uma desaceleração adicional do crescimento global (Imagem: Raphael Ribeiro/BCB)

A ata também mostrou que, na reunião em que definiu um corte de 0,25 ponto na taxa Selic na última semana, para 4,25%, e indicou uma interrupção no ciclo de flexibilização, o colegiado divergiu na avaliação sobre o nível de ociosidade da economia brasileira.

Nesta sexta-feira, Campos Neto reiterou a cautela com a política monetária, reafirmando que “os próximos passos continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação“.

O BC republicou, no final da manhã desta sexta, a apresentação de Campos Neto para incluir também a frase de que o Comitê de Política Monetária (Copom) “vê como adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária”, que não constava do documento divulgado originalmente mais cedo.

Na apresentação de dados sobre a conjuntura econômica, o presidente do BC destacou que as expectativas recentes para o PIB mostram o Brasil com um desempenho acima da média dos países da América Latina. Campos Neto também chamou atenção para uma perda disseminada de tração da indústria entre os países emergentes.

Compartilhar

TwitterWhatsAppLinkedinFacebookTelegram
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar