Impacto no comércio chinês por epidemia alerta exportadores de carnes
Um diretor de frigorífico habilitado pela China, na última leva de autorizações, recebeu fotos de um cliente de lá mostrando Xangai bem esvaziada. Entre a população receosa e as áreas que as autoridades isolaram, está o temor de avanço no recuo da atividade econômica do país – e de outros que já detectaram a presença do coronavírus – impactando o comércio e a cadeia importadora de proteína animal.
O executivo pediu reserva de seu nome, da empresa e sua localização, até para não ser taxado de alarmista. Mas ele que já vinha cético com o apetite chinês esfriado desde dezembro – depois da pressão por reformular contratos e preços sobre as vendas do Brasil – mantém o pessimismo, mesmo que a China siga precisando adquirir carnes de fornecedores internacionais.
Na Associação Catarinense de Avicultura, o presidente José Antonio Ribas, dos Estados Unidos, onde participa de uma feira, diz monitorar a situação. “Obviamente que estamos observando, pois as ações de saúde podem, indiretamente, afetar o comércio”, diz.
As commodities agrícolas já estão precificadas nas bolsas, como Money Times trouxe mais cedo nesta segunda (27). A especulação também vai chegar às carnes, a depender do tempo que levará para controle da epidemia e da sua abrangência, que parecem descontroladas.
O otimismo que estava voltando com os chineses podendo voltar às importações após o fim do Ano Novo Lunar passou a ser um sentimento de neutralidade. No mínimo. O feriadão foi estendido pelas autoridades a fim se evitar maior circulação das ruas.
As principais entidades nacionais de produtores de carne bovina, Abiec e Abrafrigo, foram solicitadas a se pronunciar. A ABPA, de suínos e aves, informou que não se manifestará neste momento.