Impacto no açúcar ainda é incerto após os EUA tirarem o Brasil da lista preferencial
A retirada do Brasil da lista de nação em desenvolvimento, anunciada pelos Estados Unidos, ainda não produziu entendimento quanto ao caso do açúcar exportado. Há décadas a commodity do Nordeste e Norte ganha cotas anuais livre de taxas naquele mercado.
Os produtores do Nordeste, que defendem um aumento substancial do volume livre de impostos, especialmente depois que o Brasil liberou mais a entrada de etanol dos Estados Unidos, ainda não sabem se o açúcar deixará de ser preferencial. Mas a luz amarela acendeu, segundo alguns agentes consultados por Money Times e que preferem aguardar um posicionamento oficial do governo.
O País já havia abdicado do mesmo status junto à Organização Mundial de Comércio, por imposição dos EUA, em troca de apoio para entrar na OCDE.
Para Pedro de Camargo Neto, que já foi secretário de Produção e Comercialização do Mapa, “a cota independe do regime de preferência. É coisa muito antiga. O que muda são tarifas”.
Na safra 19/20, em setembro o volume foi de perto de 155 mil toneladas – muitas vezes menor que o equivalente em etanol americano igualmente isento de tarifa de importação – que o governo brasileiro distribui entre as empresas.
A medida americana, englobando 24 países que perderam o mesmo status, fala que agora o país pode impor barreiras para produtos de estariam sob investigação de duping nas suas origens. Não é o caso do açúcar.
Alexandre Lima, presidente da Coaf, cooperativa que opera a Usina Cruangi, em Pernambuco, e presidente da Associação dos Fornecedores de Cana daquele estado, e também da nacional Feplana, está recolhendo informações junto ao governo brasileiro.
“Há opiniões divergentes” (no setor), diz o produtor.
Também o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) foi consultado, mas não havia respondido até a publicação deste texto.