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Impacto do vírus pode ser ainda pior, diz gestor do Goldman

11 mar 2020, 12:35 - atualizado em 11 mar 2020, 12:35
Coronavírus
O Goldman agora espera que o crescimento do lucro por ação nos EUA fique entre zero e 2% este ano (Imagem: REUTERS/Flavio Lo Scalzo)

Um gestor de recursos do Goldman Sachs que acertou na previsão do rali das ações do ano passado diz que o mercado acionário é muito complacente em relação aos possíveis efeitos do coronavírus e que pode enfrentar mais quedas.

“Não achamos que o mercado acionário tenha precificado o pior resultado do vírus, pois as medidas de contenção podem continuar se estendendo, refletindo o que vimos na China e na Itália”, disse Shoqat Bunglawala, que lidera o grupo global de soluções de portfólio para Europa, Oriente Médio, África e Ásia-Pacífico do Goldman Sachs Asset Management. “Portanto, reconhecemos que ainda existem riscos de baixa de agora em diante”, afirmou em entrevista.

O grupo global de soluções de portfólio do Goldman reduziu a exposição às ações mundiais de “overweight” para “neutra” nas últimas semanas devido à rápida propagação do vírus fora da China, com surtos na Europa e EUA, o que ameaça o crescimento global e os lucros.

A unidade de investimento mantém a posição “overweight” em renda fixa e faz alocações em estratégias alternativas, como acompanhamento de tendências. A estratégia inclui posição comprada em juros e vendida em ações.

A gestora, que administra US$ 1 trilhão em ativos, entra para a lista de grandes investidores e estrategistas que adotam postura mais cautelosa em relação aos ativos de risco diante da crescente incerteza.

Embora a combinação do temor do coronavírus e guerra de preços do petróleo tenha eliminado US$ 11 trilhões do índice MSCI All-Country World, as ações estavam em recordes de alta e os valuations de empresas dos EUA estão acima da média histórica.

Por isso, participantes do mercado estão preocupados com a possibilidade de mais perdas.

Grandes empresas, como Apple, BASF e Adidas, alertaram sobre o impacto nos lucros. O bloqueio na Itália e cancelamento de voos em todo o mundo afetam setores como luxo e viagens.

O Goldman agora espera que o crescimento do lucro por ação nos EUA fique entre zero e 2% este ano e prevê retração de 6% do LPA para a Europa.

Bunglawala diz que, devido ao atraso, os dados econômicos não conseguem refletir toda a extensão dos danos causados pela epidemia, por isso é muito importante rastrear outros fatores, como a velocidade da propagação do vírus, medidas de contenção e sinais de estresse nos mercados financeiros.

Embora o grupo global de soluções de portfólio do Goldman Sachs Asset Management seja cauteloso em relação às ações, monitora o surto e o mercado para pontos de entrada.

“Se observarmos uma estabilização da propagação do vírus, poderemos sair do posicionamento defensivo e aproveitar oportunidades táticas”, disse Bunglawala.

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bloomberg@moneytimes.com.br
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