Imóveis serão impactados pela reforma tributária; veja como
A primeira semana de julho e do segundo semestre de 2023 foi menos agitada do que as anteriores para os fundos imobiliários e para o setor de imóveis. Contudo, não foi parada. Sendo assim, mais FIIs e companhias anunciaram negócios ao longo da semana envolvendo grandes empreendimentos.
Porém, após 30 anos, a reforma tributária foi aprovada na Câmara dos Deputados. Entre as mudanças, há uma que poderá impactar os imóveis. Além disso, o preço de venda de imóveis residenciais acelerou a alta.
Entre tantos assuntos, confira o resumo das principais movimentações dos setores ao longo da semana e os impactos que podem ter em seus investimentos e em suas finanças.
De que forma a reforma tributária vai impactar os imóveis?
A tão esperada aprovação da reforma tributária saiu. Nesta semana, a Câmara dos Deputados aprovou o texto-base que prevê mudanças na tributação de produtos e setores, entre eles, o imobiliário. Isso porque a Proposta de Emenda Constitucional da reforma prevê mudanças para o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU).
Sendo assim, as mudanças estão em trecho que trata da cobrança de tributos sobre renda e patrimônio. O texto aprovado prevê que as prefeituras atualizem a base de cálculo do imposto por meio de decreto, a partir de critérios gerais previstos em lei municipal. Com isso, o texto indica que não haverá necessidade do aumento do IPTU passar por aprovação de Câmaras Municipais.
Para especialistas, o Poder Executivo poderá se aproveitar para impor aumentos o imposto com mais facilidade e frequência. O que resultaria em uma carga tributária maior para proprietários de imóveis, principalmente, aqueles com potencial de valorização.
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Preço de venda de imóveis sobe, mais uma vez
O preço médio de venda de imóveis residenciais subiu 0,51% em junho, segundo o Índice FipeZap, com base em anúncios de imóveis colocados à venda no mês passado. O valor médio calculado para as 50 cidades monitoradas pelo índice foi de R$ 8.515 o metro quadrado.
Impulsionado pela alta nos preços de imóveis com um dormitório (+0,68%), o indicador ficou levemente acima do apurado em maio (+0,46%). Entretanto, o resultado ficou acima da prévia da inflação (IPCA-15), que subiu 0,04% no mês passado. Por outro lado, o IGP-M, índice de referência para o reajuste dos aluguéis, caiu 1,93% no período.
A capital que apresentou a maior alta no mês foi Maceió (+1,60%), pela segunda vez. Em contrapartida, Manaus ficou com a maior variação negativa, de -0,21%. Já nos seis primeiros meses do ano, o indicador avançou 2,54%, acima do IGP-M, porém, abaixo da inflação. Maceió liderou a alta no período, com salto de mais de 8%.
Shopping aumenta participação em imóvel
Nesta semana, a Multiplan (MULT3) aumentou a sua participação no RibeirãoShopping, em Ribeirão Preto (SP). A companhia adquiriu fatia de 4,1% no empreendimento, por R$ 76 milhões.
Com a compra, a administradora de shoppings passa a deter 86,5% do empreendimento, que tem área bruta locável (ABL) total de 74,8 mil metros quadrados.
Fundo imobiliário acaba após vender shopping
Os fundos Hedge Brasil Shopping (HGBS11) e Shopping Jardim Sul (JRDM11) assinaram a venda de 40% do Jardim Sul, em São Paulo. Sendo assim, o JRDM11 vendeu toda a sua participação no empreendimento por R$ 217,7 milhões, conforme anunciado pelos FIIs no fim de 2022.
O Hedge Brasil já detinha 44,1% das cotas emitidas do empreendimento. Entretanto, a operação resultará na liquidação do fundo Shopping Jardim Sul. As cotas do JRDM11 deixaram de ser negociadas na B3 desde 4 de julho.
FIIs compram imóveis do Carrefour
O Carrefour Brasil (CRFB3) concluiu a venda de quatro centros de distribuição e cinco lojas por R$ 1,2 bilhão para dois fundos imobiliários. A operação foi anunciada em maio.
A gigante do varejo diz que irá receber R$ 1,0 bilhão líquido de impostos sobre ganho de capital e outras taxas. A venda dos imóveis foi para os fundos Brazel Log e Barzel Properties no formato “sale and leaseback”. Ou seja, o Carrefour vendeu, mas alugará os espaços por pelo menos 20 anos.
Gigante de logística vende galpões para fundo imobiliário
O fundo imobiliário Log CP Inter (LGCP11) comprou quatro galpões logísticos, por R$ 103,5 milhões, da Log Commercial Properties (LOGG3). Os imóveis adquiridos foram os condomínios Log I Business Park, em Contagem (MG); Log Viana I (ES); Log Goiânia I (GO) e Log Gaiolli, em Guarulhos (SP).
Os galpões adquiridos somam 30,3 mil metros quadrados de ABL. Porém, para efetivação da operação, o LGCP11 anunciou a terceira emissão de cotas, no qual pretende captar até R$ 51,5 milhões para custear a compra dos imóveis.
Aluguéis: uma pedra no sapato
Alguns fundos imobiliários têm tido dor de cabeça com o pagamento de aluguéis. O mais recente a lidar com aluguel em atraso foi o Pátria Logística (PATL11). A empresa de alimentos Pif Paf, locatária do ativo Ribeirão das Neves (MG), não pagou a locação referente a maio, vencida em junho. Segundo o fundo, o aluguel representa 13% de sua receita imobiliária, o equivalente a R$ 0,09 por cota.
O PATL11 ressaltou que foi notificado pela Pif Paf, em dezembro de 2022, sobre a rescisão antecipada de contrato, com previsão de deixar o imóvel no mês passado. Porém, a expectativa do fundo é que a efetiva desocupação do espaço ocorra ainda em julho.
Quem mais uma vez não recebeu o aluguel foi o BB Progressivo (BBFI11), que vem enfrentando problemas com o locatário, o Banco do Brasil (BB), na justiça. O BB não pagou o aluguel de junho. Isso resultou em um impactado negativo de R$ 28,24 por cota nos dividendos do fundo.