Imóveis: Minha Casa, Minha Vida impulsiona vendas e lançamentos; O que CEOs esperam em 2024?
2023 se aproxima do fim e, certamente, um dos assuntos de destaque do mercado de imóveis foi o novo Minha Casa, Minha Vida (MCMV).
Em junho deste ano, o governo Lula relançou o programa ampliando o acesso à famílias de rendas mais baixas e elevando o teto do financiamento, para R$ 350 mil.
Bom para as famílias e para as construtoras e incorporadoras do segmento de baixa renda que viram as vendas aumentarem. Com isso, as empresas elevaram também os lançamentos de empreendimentos.
Um levantamento da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), aponta que a venda de imóveis novos cresceu 22,2% entre janeiro e setembro deste ano na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Diante disso, a Abrainc destacou o desempenho do programa habitacional do governo federal, contribuindo com avanços de 22,9% no volume de unidades comercializadas e de 32,9% no valor de vendas no período.
Em relação aos lançamentos, o segmento exibiu salto de 46,6% no valor de vendas ante um ano antes. Sendo assim, considerando que as mudanças do programa começaram a valer a partir de julho, os dados consolidados de 2023 devem ser ainda melhores.
No recorte do segmento de médio e alto padrão, a venda de unidades subiu 18,9%, enquanto o valor de vendas cresceu 13%. Em contrapartida, o total lançado pelo segmento caiu 11,4% na comparação anual.
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‘MCMV reequilibrou o mercado’, diz CEO da MRV&Co
Apesar de atuar acima da faixa 3 do programa, o CEO da MRV&Co (MRVE3), Rafael Menin, destaca que as mudanças fizeram o programa “reequilibrar o mercado”. Principalmente, após a disparada nos custos que levou a inflação da construção civil alcança quase 40%.
“As regras do programa ficaram muito desatualizadas. Entre 2021 e 2022, o MCMV entregou muito menos unidades”, comenta o executivo sobre o programa, que sentiu impactos da pandemia de covid-19 e do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que até mudou o nome para Casa Verde e Amarela.
Menin ressalta que, em 2023, com as correções executadas, pelo volume de contratação na Caixa Econômica o programa voltou a ser o que era, vendendo de 35 mil a 40 mil unidades por mês.
“Que é a média histórica do Minha Casa Minha Vida. E a MRV continua tendo um market share perto de 10% do programa no mercado nacional, com uma rentabilidade dentro do que a gente sempre entregou para o mercado”, reforça.
Com a palavra, uma vendedora de imóveis para baixa renda
Destaque entre as construtoras e incorporadoras do segmento de baixa renda, a Direcional (DIRR3) viu seus números crescerem este ano e o tom para 2024 é de otimismo.
Segundo o CEO Ricardo Gontijo, a companhia entra 2024 mais animada e mais otimista do que entrou 2023. ”
“Este foi um ano em que a gente ainda tinha menos visibilidade de quanto a taxa de juros iria cair. Portanto, acredito que a perspectiva para o ano que vem é positiva para a Direcional e para todas a empresas olhando o nosso cenário macroeconômico”, avalia.
Gontijo acrescenta que, após anos difíceis, para empresas dentro e fora do Minha Casa, Minha Vida, o cenário é positivo para as empresas de construção civil. Principalmente, após as mudanças no programa, que foram positivas, segundo o executivo.