Iguatemi lança programa de recompra de ações com reserva de lucros de R$ 1,3 bilhão
O conselho de administração da Iguatemi (IGTA3) aprovou por unanimidade, no dia 7 de agosto, o lançamento do programa de recompra de ações, que tem dois objetivos principais:
1) a manutenção de ações em tesouraria para fazer frente ao “Plano de Incentivo de Longo Prazo”; e
2) a manutenção de papéis em tesouraria para posterior cancelamento.
Conforme o documento divulgado, a empresa poderá adquirir até 1.299.264 ações ordinárias sem valor nominal, montante este que representa, na presente data, 1,50% do total de ações da companhia em circulação no mercado.
O prazo máximo para realização das operações autorizadas é de até 365 dias a partir da decisão, ou seja, até o dia 7 de agosto de 2021.
De acordo com as informações financeiras da Iguatemi, na data de 30 de junho de 2020, a administradora de shoppings centers possuía uma reserva de lucros no montante total de R$ 1.306.397.000,00.
Dessa forma, dentro dos limites especificados no Programa de Recompra, os membros do conselho de administração entendem que há saldo suficiente existente em reserva de lucros capaz de suportar os gastos na recompra.
As negociações serão realizadas na B3 através dos seguintes agentes: Itaú Unibanco e XP Investimentos.
Sem um bicho-papão, setor de shoppings faz a festa
Geralmente, as empresas não gostam de ver suas rivais caírem nas graças de investidores e analistas, mas, é provável que o resultado trimestral da Iguatemi divulgado no dia 4 de agosto, tenha merecido uma comemoração secreta da BR Malls (BRML3), Multiplan (MULT3) e Aliansce Sonae (ALSO3).
As ações de todas elas dispararam no pregão do dia 5 de agosto.
Os analistas gostaram de diversos pontos do balanço do segundo trimestre da Iguatemi. Um relatório do Credit Suisse, assinado por Daniel Gasparete, Eduardo Costa e Vanessa Quiroga, e obtido pelo Money Times, resume bem o sentimento do mercado.
“Apesar de o trimestre não jogar luz sobre as preocupações de longo prazo, ele, definitivamente, nos deu algum conforto de que o curto prazo pode não ter sido tão feio, quanto se esperava”, afirmou o trio.
Um exemplo, segundo o Credit Suisse, é a elevada margem ebitda de 46%, mesmo com os shoppings fechados por cerca de 75% do trimestre e dos grandes descontos concedidos aos lojistas para compensar a quarentena.
A XP Investimentos também reforçou a recomendação de compra, após a divulgação do resultado trimestral, com preço-alvo de R$ 46.
Bruna Pezzin, analista da gestora, destaca o “portfólio forte” da Iguatemi, que apresenta “altos níveis de produtividade, o que deveria proporcionar resiliência superior uma vez que as operações gradualmente retornarem ao normal.”
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