IGP-DI tem alta em dezembro e fecha 2020 com maior avanço em 18 anos, diz FGV
O Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) desacelerou a alta em dezembro e fechou 2020 com avanço acumulado de 23,08%, seu maior salto desde 2002, de acordo com dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta sexta-feira.
Apenas em dezembro o índice avançou 0,76%, de 2,64% em novembro e abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,93%. Em 2019 o índice acumulou avanço de 7,7%.
No último mês do ano, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI), que responde por 60% do indicador, teve alta de 0,68%, contra 3,31% em novembro, terminando o ano com ganho de 31,72%.
As Matérias-Primas Brutas foram as principais responsáveis pela desaceleração da inflação no atacado no mês passado, passando de alta de 3,80% em novembro para queda de 0,81% em dezembro. Por outro lado, foi esse mesmo grupo o que mais colaborou para a alta anual do IPA, acumulando salto de 60,56% em 2020.
“Commodities importantes registraram aumentos históricos em 2020 e levaram o IGP a fechar o ano com a maior alta desde 2002, quando subira 26,41%. Minério de ferro (107,15%), soja (79,45%) e milho (68,81%) estão entre os maiores destaques”, disse em nota André Braz, coordenador dos índices de preços.
Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) –que responde por 30% do IGP-DI– acelerou a alta a 1,07% no mês passado, de 0,94% em novembro, acumulando em 12 meses avanço de 5,17%.
Em dezembro, o grupo Habitação disparou 2,87%, ante alta de 0,33% no mês anterior. Mas, no acumulado do ano, a Alimentação liderou os ganhos do IPC, com salto em 12 meses de 12,84%.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), por sua vez, passou a subir 0,70% em dezembro de 1,28% no mês anterior, com a alta no ano chegando a 8,81%.
O IGP-DI é usado como referência para correções de preços e valores contratuais. Também é diretamente empregado no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) e das contas nacionais em geral.