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iFood prepara avanço sobre supermercados em 2020, mas IPO está fora do radar

13 dez 2019, 11:35 - atualizado em 13 dez 2019, 11:35
Supermercados Consumo
A iniciativa acontece enquanto grupos como GPA seguem investindo em aplicativos de entrega de produtos e comércio eletrônico de alimentos (Imagem: Unsplash/@thomasble)

O aplicativo de entrega de comida iFood prepara-se para ampliar seus braços sobre o varejo supermercadista em 2020, reforçando seu foco na cadeia de alimentos, em um momento em que rivais avançam sobre suas áreas de negócios.

A companhia, controlada pela brasileira Movile, estima elevar a base atual de supermercados atendidos para 1.000 estabelecimentos distribuídos por todas as grandes cidades brasileiras até o final do primeiro semestre de 2020, disse o vice-presidente financeiro, Diego Barreto. Até novembro, o iFoods atendia 200 supermercados em 80 cidades do país.

A iniciativa acontece enquanto grupos como Pão de Açúcar (PCAR4) seguem investindo em aplicativos de entrega de produtos e comércio eletrônico de alimentos e novos entrantes surgem no setor, como o aplicativo de transporte urbano 99, que em novembro lançou serviço de entrega de comida, o 99 Food.

Desde 2011 no mercado como um aplicativo que conecta restaurantes a consumidores no Brasil, o iFood desde então ampliou sua atuação. No final do ano passado, recebeu aporte de 500 milhões de dólares do sul-africano Naspers e da Innova Capital.

Até novembro, o iFoods atendia 200 supermercados em 80 cidades do país (Imagem: Divulgação/iFood)

Neste ano, além de iniciar a operação com supermercados, a empresa está investindo em oferta de serviços de gestão de restaurantes e inteligência artificial, iniciativas que incluem até entregas via robôs.

“Não estamos atirando para todos os lados. Nosso foco é na cadeia de valor de alimentação…A empresa tem compromisso com crescimento sustentável e temos cumprido o que estava previsto em nosso plano de negócios”, disse Barreto, sem mencionar números financeiros da companhia.

A operação com supermercados atraiu nesta semana a rede varejista BIG, anteriormente conhecida como Walmart Brasil, e deve incluir novas bandeiras nos próximos meses, além de supermercados regionais, disse o executivo.

“Esperamos redes de capilaridade nacional entrando no serviço nos próximos meses, assim como captação natural de supermercados regionais, que possuem uma estrutura de venda online menor e esperam complementar suas ofertas com a gente.”

Enquanto isso, para enfrentar os novos entrantes no mercado de entrega de refeições, a iFood tem focado em ampliar vínculos com entregadores e restaurantes, oferecendo seguro para 100% dos 83 mil entregadores cadastrados em sua plataforma no país, disse Barreto. Uma das iniciativas recentes foi oferta em novembro de descontos para abastecimento de combustível dos veículos dos entregadores em postos de rede parceira da empresa.

A operação com supermercados atraiu nesta semana a rede varejista BIG, anteriormente conhecida como Walmart Brasil (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

“Naturalmente, tem mais competição….Mas a empresa apresentou forte crescimento nos últimos anos. Apesar da competição, temos feito um trabalho sustentável”, disse.

O executivo citou os dados da operação de entrega de comida do iFood em novembro no Brasil, em que o número de pedidos recebidos disparou 116% sobre um ano antes, atingindo 26,6 milhões. Segundo Barreto, o desempenho do mês passado foi semelhante ao obtido nos outros meses do ano e em 2020 a “empresa deve seguir crescendo tanto quanto nos últimos anos”.

“Não imaginamos motivo para o mercado não apresentar a mesma velocidade de crescimento deste ano.”

O número de cidades com serviços do iFood também cresceu em novembro no país para 912 ante 459 um ano antes. A base de restaurantes cadastrados disparou de 52 mil para 131,3 mil no período.

Apesar do salto nas operações e do avanço dos rivais sobre seu mercado, Barreto afirmou que a companhia não trabalha com a possibilidade de uma eventual oferta inicial de ações (IPO), aproveitando o bom momento da bolsa brasileira, uma vez que conta com sua própria geração de caixa e com o aporte recebido no ano passado.

“Isso será suficiente para os planos de crescimento da empresa nos próximos anos”, afirmou o executivo.