Coluna do Einar Rivero

IFIX registra quinta queda mensal consecutiva e acumula perdas de 11,67%

24 jan 2025, 9:22 - atualizado em 24 jan 2025, 9:22
imóveis - fundos imobiliários - fiis - ifix
Ao longo de sua história, o IFIX registrou momentos de alta volatilidade, sendo a maior queda mensal ocorreu em março de 2020. (Imagem: PPAMPicture/ iStock)

O índice de fundos imobiliários (IFIX) caminha para registrar o quinto mês consecutivo de rentabilidade negativa, com queda acumulada de 3,82% até o dia 23 de janeiro de 2025. Desde 31 de agosto de 2024, o recuo acumulado é de expressivos 11,67%.

Este é um dos momentos mais desafiadores na história do índice, refletindo pressões macroeconômicas e o aumento das taxas de juros, que penalizam o mercado de fundos imobiliários.

A última vez que o IFIX enfrentou um período tão prolongado de perdas foi entre outubro de 2022 e março de 2023, quando acumulou queda de 7,7% em cinco meses consecutivos. No entanto, a magnitude do recuo atual é significativamente maior, evidenciando o impacto de fatores econômicos mais intensos.

Os extremos do IFIX: picos de alta e baixa

Ao longo de sua história, o IFIX registrou momentos de alta volatilidade. A maior queda mensal ocorreu em março de 2020, no auge da pandemia de Covid-19, quando o índice despencou 15,85%, refletindo o pânico generalizado nos mercados financeiros. Por outro lado, o melhor desempenho mensal foi observado em dezembro de 2019, com valorização de 10,63%, impulsionada pelo otimismo com a retomada econômica e a busca por ativos de renda passiva.

(Fonte: Einar Rivero/Elos Ayta)

Impactos e perspectivas

O atual ciclo de queda do IFIX está intrinsecamente ligado ao ambiente de juros elevados no Brasil. A taxa Selic, atualmente em patamares historicamente altos, reduz a atratividade relativa dos fundos imobiliários, que competem diretamente com títulos públicos e CDBs em termos de retorno. Além disso, incertezas fiscais e políticas geram maior aversão ao risco, levando investidores a reduzirem suas exposições a ativos mais voláteis, como os fundos imobiliários.

Apesar do cenário desafiador, especialistas destacam que os momentos de desvalorização podem representar boas oportunidades de entrada para investidores com horizonte de longo prazo. Com cotas depreciadas, os dividend yields oferecidos pelos fundos se tornam mais atrativos, especialmente para quem busca uma fonte de renda passiva consistente.

Comparativo histórico e sinais de recuperação

Historicamente, períodos prolongados de queda no IFIX foram seguidos por fases de recuperação consistente. Em 2020, após a forte baixa de março, o índice apresentou uma recuperação gradual, impulsionada pela reabertura da economia e pela redução das taxas de juros no país.

Para 2025, analistas projetam que o IFIX possa encontrar alívio caso o ciclo de aperto monetário atinja seu fim e a Selic entre em movimento de redução. Além disso, reformas estruturais e avanços no ambiente de negócios podem estimular um maior apetite por risco por parte dos investidores.

No entanto, no curto prazo, os sinais ainda apontam cautela. Com o IFIX acumulando perdas expressivas, o mercado segue monitorando de perto os movimentos macroeconômicos e as decisões de política monetária que podem influenciar a direção do índice nos próximos meses.

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Einar Rivero é CEO da Elos Ayta Consultoria e especialista de dados financeiros de mercado. Formado em Engenharia, tornou-se referência para o mercado financeiro por trazer levantamentos e insights inéditos a partir do cruzamento de dados econômicos. Durante 25 anos, atuou como líder e gerente de relacionamento institucional de plataformas de informação financeira, como TradeMap e Economatica.
einar.rivero@autor.moneytimes.com.br
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Einar Rivero é CEO da Elos Ayta Consultoria e especialista de dados financeiros de mercado. Formado em Engenharia, tornou-se referência para o mercado financeiro por trazer levantamentos e insights inéditos a partir do cruzamento de dados econômicos. Durante 25 anos, atuou como líder e gerente de relacionamento institucional de plataformas de informação financeira, como TradeMap e Economatica.
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