Ifix opera no negativo e atinge pior resultado em 40 dias; veja o que esperar dos FIIs após alta da Selic
O Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX) fechou o dia com mais uma queda à espera da decisão da taxa de juros no Brasil. Nesta quarta-feira (18), o índice caiu 0,10%, chegando aos 3.350,15 pontos — o pior patamar em 40 dias.
No mês, o IFIX tem um recuo acumulado de 1,28%, sendo 13 pregões de queda. No ano, porém, o índice tem alta de 1,17%.
O mercado aguardava, até então, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Por volta das 18h40, os dirigentes confirmaram a alta na taxa Selic em 0,25 ponto percentual (p.p.).
Apesar de a taxa de juros no Brasil já ser elevada, o sócio-fundador da Éxes, Artur Carneiro, avalia que os aumentos tendem a restringir projetos imobiliários, que se tornam menos viáveis devido ao alto custo de capital.
A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) também avaliou os efeitos negativos na indústria, que impacta principalmente os tomadores de crédito, encarecendo os empréstimos e financiamentos.
“Isso reduz o acesso ao crédito, inibe o consumo e desacelera o crescimento de empresas que dependem de investimentos financiados. As famílias, por sua vez, enfrentam maiores dificuldades para adquirir bens duráveis e para garantir o acesso à moradia, já que o crédito mais caro compromete o orçamento familiar e a capacidade de endividamento”, destaca a associação.
Por outro lado, Carneiro, da Éxes, entende que o cenário se mostra mais favorável para investidores de FIIs de papel. “Com juros elevados e a isenção de impostos, essa classe de investimento se torna cada vez mais atraente em comparação a outras opções disponíveis no mercado”, pondera.
É possível ver este cenário já no pregão de ontem. Entre as maiores altas do dia estavam os fundos imobiliários de papel e multiestratégia, já de olho na taxa de 10,75%.
As maiores altas e baixas do IFIX no último pregão
Entre os destaques positivos do IFIX, o JS Real Estate (JSRE11) avançou 1,61%, a R$ 62,54. Na sequência, apareciam os fundos Santander Renda de Aluguéis (SARE11), com alta de 1,19%, a R$ 39,99, e Cyrela Crédito (CYCR11), que subiu 1,03%, a R$ 9,82.
Fundo | Ticker | Variação (positiva) | R$ |
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JS Real Estate | JSRE11 | +1,61% | 62,94 |
Santander Renda de Aluguéis | SARE11 | +1,19% | 39,99 |
Cyrela Crédito | CYCR11 | +1,03% | 9,82 |
SPX SYN Multiestrategia | SPXS11 | +0,87% | 9,28 |
Kinea Oportunidades Real Estate | KORE11 | +0,79% | 102,86 |
Na ponta negativa, estava o Vinci Offices (VINO11), que recuou 3,06%, a R$ 5,39. O BRPR Corporate Offices (BROF11) caiu 2,95%, cotado a R$ 46,40, enquanto o FII TG Ativo Real (TGAR11) desvalorizou 2,67%, a R$ 112,71.
Fundo | Ticker | Variação (negativa) | R$ |
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Vinci Offices | VINO11 | -3,06% | 5,39 |
BRPR Corporate Offices | BROF11 | -2,95% | 46,40 |
FII TG Ativo Real | TGAR11 | -2,67% | 112,71 |
Kilima Volcano Recebíveis | KIVO11 | -1,00% | 79,20 |
Capitania Securities II | CPTS11 | -0,86% | 8,05 |