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IFI revisa inflação de 7,9% para 8,6% para 2022; redução do ICMS traz “risco fiscal”

15 jun 2022, 20:33 - atualizado em 15 jun 2022, 20:33
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IFI aumenta projeção de inflação e prevê risco fiscal (Imagem: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil)

A Instituição Fiscal Independente do Senado (IFI) revisou a sua previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2022 de 7,9% para 8,6%, conforme divulgou nesta quinta-feira (15).

Em relatório que analisa os principais indicadores econômicos e fiscais brasileiros, a IFI também apontou possíveis riscos decorrentes da redução do ICMS sobre combustíveis no Brasil, questionado viabilidade nas contas públicas para abarcar os estímulos concebidos ao longo de 2022.

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Dados de inflação: “o diabo mora nos detalhes”

A IFI pondera que dados recentes de um possível arrefecimento da inflação não devem ser encarados com otimismo exacerbado.

Por mais que o IPCA tenha desacelerado em maio, com alta de 0,47% após 1,06% em abril, o índice de difusão segue elevado, a 72,4%, com média dos núcleos acelerando de 9,69% em abril para 10,11% em maio.

A conclusão é a de que, sem a influência de itens de maior volatilidade, o índice de inflação não arrefeceu.

A instituição também aponta que os preços das commodities, que mantêm sua trajetória de alta, e a resiliência da atividade econômica ao longo do primeiro semestre ajudam a compor o quadro inflacionário.

O que deve aliviar a pressão inflacionária em 2022, em até 2,8% são as recentes propostas de redução de impostos.

Segundo a IFI, o estabelecimento de um limite para as alíquotas do ICMS sobre combustíveis, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo – contido no Projeto de Lei Complementar nº 18, de 2022 (PLP 18) – produziria um impacto de até -1,8 p.p. no IPCA de 2022 caso haja repasse integral para o consumidor final.

“Adicionalmente, a redução para zero de impostos federais (Cide e PIS/Cofins) sobre gasolina e etanol e das alíquotas do ICMS sobre diesel e GLP, com vigência até o final do ano, poderia retirar 1,0 p.p. adicional da inflação de 2022″, afirma.

Entretanto, em 2023, o a taxa de inflação deve ter aumento de 1% graças às medidas, graças à recomposição das alíquotas estaduais e da Cide e do PIS/Cofins em 2023.

“Portanto, esse conjunto de iniciativas (efeito estimado em -2,8 p.p. sobre 2022 e +1,0 p.p. sobre 2023) produz uma tendência de baixa para o IPCA de 2022 e de alta para 2023”, disse.

ICMS: redução preocupa

A IFI também pontuou que a iminente aprovação da redução do ICMS sobre combustíveis aumenta o risco fiscal no Brasil.

Mais cedo, a Câmara dos Deputados concluiu a votação do projeto de lei que limita o imposto sobre combustíveis, gás natural, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo. O texto segue para sanção presidencial.

Segundo a instituição, existem dúvidas sobre a capacidade da economia brasileira conseguir absorver o pacote de medidas econômicas anunciadas pelo governo para abaixar o preço nas bombas.

“O desempenho da arrecadação continua a seduzir, mas a IFI tem recorrentemente alertado para a influência de fatores conjunturais que cedo ou tarde cessarão seus efeitos”, diz.

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