Moedas

Iene tem desvalorização de 36% e está entre as principais moedas transacionadas no Brasil; veja ranking

19 jul 2024, 16:47 - atualizado em 19 jul 2024, 16:47
iene
(Imagem: REUTERS/Florence Lo)

Com uma desvalorização de 36% desde o início de 2022, o Iene tem passado por um momento conturbado para uma moeda de país desenvolvido. Com essa depreciação, o Brasil registrou um aumento de 101% no volume de negociações na moeda no comparativo de junho de 2024 a junho de 2022, mostra o levantamento realizado pela Travelex Confidence.

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O motivo para a alta de transações por aqui, porém, não se resume a apenas uma desvalorização na moeda japonesa. O impacto principal tem a ver com a isenção recíproca de vistos entre o governo brasileiro e o japonês pelo período de 90 dias, que teve início em setembro de 2023. Este aumento nas transações pode perdurar ainda por, pelo menos, três anos, já que este será o período em que o acordo estará em vigor.

Mas esta queda não na moeda não é o cenário que o Japão quer ver. O banco central japonês tem realizado intervenções para tentar controlar a alta queda. Porém, a ação não tem sido visto com bons olhos pelo resto dos países.

Na última sexta-feira (12), o principal diplomata cambial do Japão disse que as autoridades tomarão as medidas necessárias no mercado de câmbio para evitar tamanha volatilidade na moeda.

Dados do Banco do Japão divulgados nesta terça-feira (16) sugerem que Tóquio pode ter gasto 2,14 trilhões de ienes (o que corresponde a US$ 13,5 bilhões) em intervenções no dia 12 de julho. Suspeita-se ainda que o Japão tenha comprado quase 6 trilhões de ienes por meio de intervenção na semana passada.

Após a possível intervenção, o iene subiu 3% em relação ao dólar, para 157,40. Porém, perdeu a maior parte de seu terreno e ficou em 158,45 na última terça, não muito longe da marca de 160, que é vista como a linha vermelha das autoridades japonesas para a intervenção cambial.

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“As intervenções do banco central japonês só influenciam na valorização do iene a curto prazo”, avalia André Gaspar, Superintendente de varejo da Travelex Confidence.

O profissional explica que o principal fator para essa desvalorização que Iene tem enfrentado é o diferencial de juros com os Estados Unidos e outras economias, já que nos EUA a taxa está em 5,30% e no Japão esse índice é zero. Portanto, ele avalia que se o diferencial de juros permanecer, o Iene voltará a desvalorizar.

O ranking das 5 moedas mais vendidas

Apesar de seguir na primeira colocação entre as moedas mais transacionadas em junho, o Euro apresentou uma leve desaceleração de -8% em relação a maio e queda no comparativo com o volume médio de 2023 e 2022, caindo -8% e -24%, respectivamente.

Ainda que historicamente o Euro costume superar o dólar norte-americano no período pré-férias de julho, a desvalorização do real frente às moedas mais fortes influenciou diretamente no volume operado. Em maio, o preço máximo do euro comercial chegou a R$ 5,709, enquanto em julho a moeda atingiu a casa dos R$ 5,999. Porém, mesmo com uma cotação mais adversa, as férias e os Jogos Olímpicos auxiliaram para que a moeda superasse o dólar.

O dólar norte-americano apresentou queda também nos demais comparativos: -46% em relação a junho de 2023 e -39% e -15% quando comparado ao volume médio de 2023 e 2022, respectivamente. O Grupo Travelex pontua que este é o segundo mês consecutivo de números decrescentes em todos os comparativos e a valorização frente ao real tem influência direta nesses números.

“Com o real ocupando a quinta posição na lista das moedas mais desvalorizadas do mundo em relação ao dólar, o cenário se mantém incerto. Entram em cena também fatores políticos e macroeconômicos, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, o que influencia diretamente a taxa cambial e, consequentemente, a tomada de decisão de quem tem que comprar dólar”, comenta Jorge Arbex, diretor do Grupo Travelex Confidence.

Moeda Variação Jun 24/Mai 24 Variação Jun 24/Jun 23 Jun 24/ média 2022
Euro (EUR) -8% -29% -24%
Dólar (USD) -13% -46% -15%
Libra Esterlina (GBP) 22% -34% -43%
Iene (JPY) 35% -28% 43%
Dólar Canadense (CAD) 6% -1% 101%

*Com informações da Reuters

Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
juliana.caveiro@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
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