Ibovespa vira e cai com Ucrânia e inflação no radar
O principal índice da bolsa brasileira apontava leve queda nesta quarta-feira, após subir na abertura, à medida que a recuperação em Wall Street perdeu fôlego, com o mercado atento à crise na Ucrânia.
Siderúrgicas e locadoras de veículos pesavam sobre o índice, enquanto setores de petróleo, financeiro, e de energia contribuíam positivamente. O mercado também digeria dado de inflação local acima do esperado em fevereiro.
Às 12:25, o Ibovespa caía 0,35%, a 112.502,01 pontos. O volume financeiro era de 10,6 bilhões de reais.
Após a Rússia enviar soldados a duas regiões separatistas no leste da Ucrânia, países incluindo os Estados Unidos e o Reino Unido, além do bloco europeu, anunciaram planos para sanções a bancos e indivíduos russos. As medidas, entretanto, parecem ter ficado abaixo do que o mercado temia, o que gerou firme recuperação nos ativos de risco mais cedo.
Ainda assim, a cautela voltou a dominar no cenário internacional no final da manhã (horário de Brasília). Em meio a incertezas sobre um potencial conflito, mercados têm vivido período volátil nas últimas semanas.
Enquanto isso, investidores aguardavam os próximos passos a serem tomados pelo presidente russo, Vladimir Putin. Ele disse mais cedo que o país está aberto à diplomacia, mas não comprometerá sua segurança.
Os principais índices de ações norte-americanos passaram a cair levemente.
No Brasil, o IPCA-15, prévia da inflação, subiu 0,99% em fevereiro ante janeiro, a maior alta para o mês em seis anos, com efeito da sazonalidade dos custos de educação. O resultado ficou bem acima do avanço esperado por economistas em pesquisa da Reuters, de 0,85%.
O mercado também está atento a potenciais votações no Senado de projetos que tentam reduzir a alta dos combustíveis.
Destaques
Petrobras (PETR4) apontava acréscimo de 2,3%, enquanto ON avançava 1,2%, antes de divulgação de balanço após fechamento do mercado. Petróleo passou a subir no mercado internacional. PetroRio (PRIO3) ganhava 3,7%.
3R Petroleum (RRRP3) afundava 6,9%, mesmo após lucro líquido de 19,77 milhões de reais no quarto trimestre de 2021 frente a prejuízo um ano antes. Analistas do BTG Pactual viram “um conjunto fraco de resultados”.
Eletrobras (ELET6) tinha alta de 3% e ON mostrava valorização de 2,2%, após acionistas aprovarem a desestatização da companhia, prevista para acontecer no primeiro semestre deste ano.
Nubank (NUBR33) passou a cair cerca de 9% em Nova York, depois de alta na abertura. O banco reduziu prejuízo líquido a 66,2 milhões de dólares no quarto trimestre, de 107,1 milhões um ano antes, com adição de clientes e venda de mais produtos.
Vale (VALE3) caía 1,4%, após minério de ferro recuar em Dalian, à medida que preocupações com ambiente regulatório na China sobrepuseram-se à perspectiva de demanda no país.
Gerdau (GGBR4) puxava queda das siderúrgicas, e perdia 3,8%, depois de lucro líquido não avançar como o esperado por analistas.
Americanas (AMER3) subia 2,2%, após disparar na abertura com o restabelecimento parcial de seus sites de e-commerce. Além disso, varejistas brasileiros, no geral, perderam fôlego depois de avançarem na esteira do resultado do Mercado Livre. As ações da empresa argentina ganhavam cerca de 7% em Nova York. Magazine Luiza (MGLU3) tinha alta de 0,3% e Via (VIIA3) caía 0,8%.
Localiza (RENT3) afundava 5,7%, após menor receita com venda de seminovos pesar nos resultados da empresa. O lucro líquido veio um pouco abaixo do esperado pelo mercado. Unidas (LCAM3), companhia com qual está combinando negócios, cedia 5,2%.
Raia Drogasil (RADL3) tinha queda de 4,3%, BRF (BRFS3) desvalorizava-se 1,6% e Telefônica Brasil (VIVT3) subia 1,7%, após resultados trimestrais. Telefônica também anunciou recompra de ações.
Alpargatas (ALPA3; ALPA4) perdia 2,9%. O follow-on da companhia saiu com 2,3% do desconto frente ao fechamento de terça-feira.