Receios com Brasil fazem Ibovespa recuar, na contramão de otimismo global

O principal índice de ações brasileiras foi na contramão do otimismo dos mercados internacionais e recuou nesta quinta-feira, pressionado principalmente por ações de empresas ligadas ao mercado doméstico.

O Ibovespa (IBOV) chegou a subir na abertura, mas logo perdeu força e gravitou boa parte da sessão em torno do zero antes de fechar em baixa de 0,24%, aos 113.185,48 pontos.

O giro financeiro, de apenas 25,9 bilhões de reais, contrastou com os volumes robustos nas sessões de vencimento de índice, na véspera, e de opções sobre ações, na sexta-feira.

Em Wall Street, impulsionados por resultados trimestrais acima das expectativas de Citi, Wells Fargo, Bank of America e Morgan Stanley, apoiados na reversão de provisões para perdas com calotes. O S&P 500 avançou 1,64%, na maior alta diária desde 5 de março.

Para profissionais do mercado, os negócios na B3 refletiram mais nitidamente a preocupação com fatores locais. “Seguiram pesando fatores como as indefinições sobre precatórios, Bolsa Família, reformas estruturantes e muitos ruídos políticos”, afirmou Alvaro Bandeira, economista-chefe do modalmais.

Destaques

VIA (VIIA3) perdeu 2,56%, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 2,3%, Carrefour Brasil (CRFB3) declinou 1,7% e Americanas (AMER3) teve recuo de 1,5% , mostrando pessimismo continuado de investidores com as perspectivas de curto prazo para o consumo doméstico.

Leia também

Mercados

Ibovespa sobe mais de 1% com empurrão de Petrobras (PETR4) e fecha semana com saldo positivo; dólar avança a R$ 5,81

Empresas

Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3) saltam com investida da Petrobras (PETR3; PETR4)

Cyrela (CYRE3) perdeu 2,25%. A construtora anunciou na noite da véspera alta de dois dígitos nos lançamentos, mas forte queda nas vendas do terceiro trimestre ante mesmo período de 2020.

No setor imobiliário, BR Malls (BRML3) retrocedeu 1,63% e MRV (MRVE3) foi depreciada em 1,05%.

CSN (CSNA3) cedeu 1,4%, ilustrando casos em que o dia começou bem e terminou mal, após a Associação Mundial do Aço afirmar que a demanda global pela liga vai subir 4,5% este ano, abaixo do previsto.

No setor, Usiminas (USIM5) teve desvalorização de 0,1%, mas Gerdau (GGBR4) ganhou 1,9%.

Petrobras (PETR4) subiu 0,17% esvaziando boa parte dos ganhos que teve logo após o presidente Jair Bolsonaro afirmar ser favorável à privatização da companhia.

Bradesco (BBDC4) teve declínio de 0,93%, numa sessão desencontrada entre os grandes bancos.

Itaú Unibanco (ITUB4) recuou 0,49%, mas Santander Brasil (SANB11) avançou 0,56%

Banco Inter (BIDI11) foi o líder de ganhos, disparando 5,5%, estendendo a trilha de recuperação após uma derrocada nas últimas semanas.

Banco Pan (BPAN3) teve movimento similar, dando um salto de 4,4%.

B3 (B3SA3) teve depreciação de 0,93%. A operadora de infraestrutura de mercado financeiro anunciou pela manhã que negocia a compra de 100% da empresa especializada em big data Neoway.

CVC (CVCB3) cedeu 0,84%. A empresa de turismo anunciou pela manhã o início da retomada das operações, 12 dias após ter sido alvo de um ataque cibernético.