Mau sinal: Ibovespa em dólar afunda após tesoura menor no BC; veja o que esperar do índice
O Banco Central guardou a tesoura do 0,5 ponto percentual e tirou da gaveta a de 0,25 pp.
Além disso, a decisão do Copom também abriu um racha interno entre os membros do conselho. Foram 5 votos a favor de 0,25 e 4 contrários, incluindo Gabriel Galípolo, diretor de política monetária e apontado como sucessor na presidência de Roberto Campos Neto.
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De acordo com Marcelo Bolzan, planejador financeiro, CGA e sócio da The Hill Capital, o tom foi mais duro e, inclusive, pode gerar impactos para a bolsa.
O EWZ, chamado de Ibovespa em dólar, desabou 1,33% no after-hour, sinalizando que a quinta-feira deverá ser difícil para o investidor.
“Deixou em aberto os próximos passos, sinalizando maior cautela e que ajustes futuros na taxa de juros serão ditadas pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta. Deixaram em aberto as próximas reuniões, mas a minha expectativa e mais uma de 0,25pp. Com esse cenário, acredito que teremos amanhã bolsa em queda e abertura dos juros”, afirma.
Nicolas Borsoi, da Nova Futura Investimentos, diz que o Copom pode terminar o ciclo de cortes de juros já na próxima reunião, se não ocorrer alguma melhora nas expectativas de IPCA.
“Além disso, a calamidade no Rio Grande do Sul, e seus prováveis efeitos altistas sobre a inflação local, pode levar o Copom a ser ainda mais defensivo à frente. Esperamos mais dois cortes de 0,25% em 2024 e mantivemos nossas projeções de Selic, em 10% em 2024 e 9,0% em 2025″, discorre.
Por outro lado, Alexandre Mathias e Luciano Costa, ambos da Monte Bravo, afirmam que as projeções de inflação do Copom em seu cenário de referência situam-se em 3,8% em 2024 e 3,3% em 2025.
“Em que pese a incerteza, a projeção de 2025 mostra a inflação cadente e na direção de 3%, por isso mantemos a visão de que o Copom seguirá reduzindo os juros no ritmo de 25 p.b. nas próximas, levando a taxa Selic para 9,50% a.a. em novembro”, colocam.
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Eles dizem que o Ibovespa sugere retomada da tendência de alta com potencial para testar novas máximas nos próximos meses rumo a 155.000 pontos no final de 2024.
Já o dólar tem respondido mais às variações das Treasuries do que aos fundamentos domésticos, mas há espaço para uma apreciação nas próximas semanas.
Por outro lado, os juros na parte curta da curva, que depende do Copom, está premiada.
“A continuidade do ciclo de afrouxamento permitirá um fechamento adicional de 20 a 30 p.b., mas a condicionalidade tende a conter a velocidade desse movimento. A parte mais longa está pressionada pela combinação do alta dos juros globais com o aumento da percepção de risco fiscal, um quadro que deve desanuviar gradualmente ao longo dos próximos meses”, discorrem.