Ibovespa: Tropeço no início do ano não abala gestores; ‘mercado de ações é o lugar para se estar em 2024’, diz BTG
O Ibovespa ainda caminha a passos lentos em sua recuperação rumo às máximas históricas, após a forte correção no primeiro mês de 2024.
Fevereiro trouxe algumas decepções para os mercados, sendo a principal delas as sinalizações mais cautelosas do Federal Reserve (Fed) em relação aos juros americanos.
Após manter a taxa de referência de juros dos Estados Unidos na faixa dos 5,25-5,50%, o Fed, em comunicado, afirmou que esperava mais confiança para dar início ao ciclo de flexibilização monetária no país.
O tom adotado pelo Fed, e reafirmado pelo presidente do banco central dos EUA, Jerome Powell, frustrou as expectativas de agentes financeiros, que passaram a esperar o primeiro corte dos juros americanos apenas para o segundo semestre do ano.
Mas, mesmo com a pressão dos juros, o Ibovespa conseguiu encerrar o último mês com ganhos – embora ainda tímidos. O índice, que é referência na bolsa brasileira, subiu 0,99%, fechando pouco abaixo dos 130 mil pontos.
No entanto, vale lembrar que, no acumulado de 2024, o Ibovespa ainda soma perdas de 3,73%.
2024, o ano para estar no mercado de ações
Apesar desse vai e vem que deixa o Ibovespa sem sinais mais claros de que superará os 134 mil pontos no curtíssimo prazo, o otimismo com as ações brasileiras ainda existe e, inclusive, se mantém firme.
O BTG Pactual entende que a combinação da queda dos juros no Brasil e nos EUA com um valuation relativamente barato da bolsa doméstica pode “preparar o espaço” para uma performance superior por parte das ações em 2024.
O BTG tem boas perspectivas para a economia do Brasil este ano, considerando que a dinâmica da inflação continua positiva. Isso contribui com a perspectiva de manutenção do ciclo de corte da Selic.
“Com a Selic retornando a um dígito, os investidores locais poderão transferir mais dinheiro para ações”, explica o banco, em relatório de atualização de carteira recomendada divulgada na última sexta-feira (1º).
O BTG também destaca que o crescimento dos salários é forte e as condições de crédito estão melhores, impulsionando o dinamismo dos lucros das empresas listadas na B3.
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Gestores veem Ibovespa acima dos 140 mil pontos
Gestores ouvidos pelo BTG acreditam que as ações brasileiras devem apresentar um desempenho superior ao da renda fixa em 2024, reforçando a perspectiva de que o mercado acionário é “o lugar para se estar” no momento atual.
A maioria dos gestores entrevistados pela instituição (~60%) vê o Ibovespa fechando o ano acima dos 140 mil pontos. Uma parcela ainda mais otimista (18%) projeta o índice superando os 150 mil pontos até lá, revela o BTG, em relatório divulgado em meados de fevereiro.
O BTG acrescenta que são poucos os gestores que acreditam que o Ibovespa terminará o ano abaixo dos 128 mil pontos (apenas 7%).
O levantamento do BTG revela ainda que 57% dos investidores locais têm maior alocação em serviços básicos. Bancos, varejo e consumo e óleo e gás vêm em seguida, apontando 40%, 37% e 33% das respostas, respectivamente.
Enquanto isso, os investidores estão evitando materiais básicos. 40% dos entrevistados possuem baixa alocação em metais e mineração e 34% em papel e celulose.
Educação e saúde também apresentam baixa alocação atualmente.
Segundo o BTG, as principais opções de ações dos gestores são Itaú (ITUB4), Eletrobras (ELET3) e Petrobras (PETR4).