Bula do Mercado

Ibovespa troca euforia com ‘virada’ por tensão pré-eleições na reta final da campanha e vê China impactar mercados lá fora 

24 out 2022, 8:16 - atualizado em 24 out 2022, 8:16
Ibovespa
Ibovespa tem cinco pregões até o segundo turno das eleições e deve ficar com os nervos à flor da pele, ao sabor do noticiário político, da agenda econômica e dos mercados internacionais (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa inicia a semana que antecede o domingo de eleições com os nervos à flor da pele. A tensão pré-segundo turno pode causar certo desconforto entre os investidores, que vinham animados pelo clima de “virada” de Jair Bolsonaro (PL) na disputa presidencial.

Mas o episódio do domingo (23) envolvendo Roberto Jefferson jogou um balde d’água fria. Apesar de não haver uma relação próxima entre o ex-deputado e o candidato à reeleição, Bolsonaro pode sofrer algum impacto negativo. Tanto que foi evidente a tentativa do presidente de desvincular sua imagem da confusão criada pelo aliado.

As pesquisas eleitorais dos próximos dias vão sinalizar se de fato houve algum efeito nas intenções de voto. Da mesma forma, também não se mediu o impacto do vazamento do plano do ministro Paulo Guedes (Economia) de desindexar o salário mínimo e as aposentadorias, em uma PEC que a ser enviada logo após as eleições.

Até então, trekkings divulgados de forma irregular no sábado (22) mostraram uma melhora adicional no desempenho do atual presidente em relação a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com chances de vitória no próximo domingo (30). Seja como for, o fato é que o resultado das urnas segue indefinido, reforçando o tom de uma disputa muito acirrada. 

Ibovespa vulnerável à agenda e ao exterior 

Com apenas mais cinco pregões até o segundo turno das eleições, o Ibovespa e o dólar devem oscilar ao sabor do noticiário político. Ainda assim, os negócios locais também ficam sujeitos à agenda econômica carregada desta semana e aos episódios vindos do exterior

Portanto, prepare-se porque sobram eventos em destaque nestes últimos dias de outubro. Desde a prévia da inflação ao consumidor (IPCA-15), amanhã, passando pela a decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom), no dia seguinte, até chegar ao balanço da Vale, na quinta-feira.

Aliás, a mineradora deve reagir já nesta segunda-feira (24) aos eventos vindos da China. A começar pela consolidação do poder do presidente Xi Jinping, que garantiu um inédito terceiro mandato e fortaleceu o núcleo político para avançar no projeto chinês de desenvolvimento econômico.

Porém, os indicadores de primeira grandeza trazem dúvidas aos mercados em relação a essa jornada. Apesar de o Produto Interno Bruto (PIB) ganhar tração e crescer acima do esperado no trimestre passado, em +3,9%, os dados das vendas no varejo em setembro, de +2,5%, mostram que a demanda doméstica segue fraca. 

Na Ásia, a Bolsa de Hong Kong afundou mais de 6%, no pior dia desde a crise de 2008. No Ocidente, porém, os futuros dos índices de ações em Nova York tentam emplacar um dia positivo, após os fortes ganhos ao final da semana passada, amparados por uma perspectiva mais suave (“dovish”) do Federal Reserve.

Por ora, as apostas de uma nova alta de 0,75 ponto percentual (pp) na taxa de juros nos Estados Unidos em novembro seguem majoritárias. Antes, porém, tem as decisões dos bancos centrais da zona do euro (BCE) e japonês (BoJ), já nesta quinta-feira. 

A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 8h:

EUA: os futuros do Dow Jones subia 0,32%; o do S&P 500 avançava 0,27%; enquanto o Nasdaq tinha leve alta de 0,03%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 subia 1,18%; a bolsa de Frankfurt avançava 1,17%; a de Paris crescia 1,37% e a de Londres tinha ligeira alta de 0,07%

Câmbio: o índice DXY tinha ganhos de 0,35%, a 112.42 pontos; o euro caía 0,41%, a US$ 0,9824; a libra tinha leve baixa de 0,02%, a US$ 1,1302; o dólar subia 1,13% ante o iene, a 149,34 ienes

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 4,158%, de 4,228% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,470%, de 4,504% na sessão anterior.

Commodities: o futuro do ouro caía 0,24%, a US$ 1.652,40 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI caía 0,93%, a US$ 84,28 o barril; o do petróleo Brent recuava 0,68%, a US$ 90,72 o barril; o minério de ferro para janeiro fechou em alta de 0,59% em Dalian (China), a 682,50 yuans.

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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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