Mercados

Ibovespa e Wall Street firmam alta com guerra comercial no radar: como estão os mercados nesta sexta-feira (11)?

11 abr 2025, 11:40 - atualizado em 11 abr 2025, 14:09
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Ibovespa e Wall Street aprofundaram perdas em meio a escalada da guerra tarifária entre EUA e China e piora do sentimento ao consumidor da Universidade de Michigan (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) tem um novo respiro nesta sexta-feira (11), acompanhando a recuperação dos índices em Wall Street. Vale (VALE3) também impulsiona o índice, na esteira do desempenho positivo do minério de ferro.

Por volta de 13h40 (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira subia 0,84%, aos 127.412,85 pontos, na máxima intradia. Pela manhã, o Ibovespa chegou a operar em leve queda, na casa dos 126 mil pontos.



Na véspera (10), o Ibovespa fechou em queda de mais de 1%, aos 126.354,75 pontos. 

Os investidores seguem monitorando a escalada das tensões entre a China e os Estados Unidos, em meio à guerra tarifária entre os dois países. Hoje (11), o país liderado por Xi Jinping anunciou uma nova retaliação aos EUA, elevando as tarifas de 84% para 125% sobre a importação de produtos norte-americanos. 

Ontem (10), a Casa Branca “corrigiu” e informou que as taxas adicionais e recíprocas contra a China somam 145%. 

Mas, por aqui, os investidores também reagem a uma bateria de dados econômicos. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 0,56% em março na base anual, acima da projeção de alta de 0,54% no mês dos analistas consultados pelo Money Times. No acumulado de 12 meses, a inflação subiu a 5,48%.

Já o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br). Considerado a prévia do PIB, o índice subiu 0,41% em fevereiro na comparação com janeiro. A expectativa em pesquisa da Reuters para o resultado de fevereiro era de avanço de 0,15%.

Na avaliação da economista-chefe e sócia da Galapagos Capital, Tatiana Pinheiro, os dados mais fortes do que o esperado não aliviaram as pressões sobre o Banco Central e reforçaram a necessidade de continuidade do aperto monetário. A gestora mantém a projeção de alta de 0,75 ponto percentual na Selic na próxima reunião do Copom, em maio, sendo o último ajuste desse ciclo. Hoje, a Selic está em 14,25% ao ano.

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Wall Street no azul

Depois de um dia de fortes baixas, os índices de Wall Street também firmaram alta no início da tarde. Por volta de 13h35 (horário de Brasília),  S&P 500,  Dow Jones e Nasdaq, que reúne as maiores empresas de tecnologia, registravam ganhos de mais de 1%.

Além do acirramento da guerra comercial entre a China e os EUA, os investidores reagem ao início da temporada de balanços do primeiro trimestre de 2025 (1T25) e dados econômicos.

A confiança do consumidor dos Estados Unidos caiu em abril com o aumento dos temores de inflação, de acordo com a pesquisa da Universidade de Michigan. O índice caiu para ara 50,8, ante 57,0 em março e abaixo da estimativa de consenso do Dow Jones de 54,6. Já a expectativa para a inflação para um ano saltou de 5% para 6,7% neste mês, o nível mais alto desde novembro de 1981.

O JP Morgan deu a largada e divulgou um lucro de US$ 14,6 bilhões, ou US$5,07 por ação, entre janeiro e março deste ano. No mesmo período do ano anterior, o banco registrou lucro de US$13,4 bilhões, ou US$4,44 por ação, um ano antes.

Excluindo custos não recorrentes, o JPMorgan teve lucro de US$4,91 por ação, acima das estimativas de US$4,61, de acordo com dados compilados pela LSEG.

Apesar da semana tumultuada pelo tarifaço de Trump, os três índices estão a caminho de ganhos no período. O S&P 500 caminha para um avanço de 3,3%, seu melhor desempenho semanal desde novembro. O Nasdaq caminha para uma valorização de quase 5%. O Dow Jones caminha para um salto de 2,7% na semana até o momento.

Ásia e Europa

Na Ásia, os índices fecharam sem direção única. O índice Nikkei, do Japão, caiu quase 3% . Já o Hang Seng, de Hong Kong, subiu mais de 1%.

Na Europa, as bolsas foram pressionadas pelas incertezas sobre a guerra comercial. O principal índice europeu Stoxx 600 terminou a sessão com leve queda de 0,10%, aos 486,80 pontos.

Na semana, o índice atingiu a mínima de quase um ano e meio com baixa de 1,80% — a terceira semana consecutiva de perdas. Já o euro subiu mais de 1% em relação ao dólar nesta sexta-feira (11) e encerrou a US$ 1,134 — no maior nível desde fevereiro de 2022.

E o dólar?

O dólar perde força ante as moedas globais, como euro e libra. Por volta de 11h45, o indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas fortes, caía 0,63%, no nível dos 100 pontos. Mais cedo, a moeda chegou a registrar a mínima desde 2022, aos 99,014 pontos.

Já na comparação com o real, a moeda norte-americana acompanha o exterior e recua. No mesmo horário, a divisa operava a R$ 5,8797 (-0,32%).



“O dólar tem mostrado fraqueza frente a moedas de países desenvolvidos, mas continua firme e forte contra emergentes. O que parece estar ocorrendo é uma corrosão gradual da credibilidade dos EUA: investidores globais seguem em busca de alternativas ao dólar e aos títulos do Tesouro americano, redirecionando parte dos fluxos para destinos percebidos como mais seguros — como Suíça e Japão, por exemplo. Já os emergentes, sem esse benefício da dúvida, pagam o preço”, afirma Mateus Spiess, analista da Empiricus Research.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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