Mercados

Ibovespa tem queda tímida com NY e fiscal, mas sobe pela 2ª semana consecutiva

21 jan 2022, 18:11 - atualizado em 21 jan 2022, 19:15
B3, Ibovespa, Mercados, Ações
O volume financeiro foi de 30 bilhões de reais (Imagem: Money Times/Diana Cheng)

O principal índice brasileira de ações teve leve queda nesta sexta-feira, impactado por tombo nas bolsas dos Estados Unidos e pela preocupação fiscal interna, mas fechou a semana em alta.

As ações de exportadoras de commodities pressionaram o índice, enquanto papéis ligados ao consumo mantiveram o bom desempenho das últimas sessões e tiveram contribuição positiva.

O Ibovespa (IBOV) caiu 0,15%, para 108.941,68 pontos, garantindo alta de 1,88% na semana, a segunda seguida positiva. O volume financeiro foi de 30 bilhões de reais, em sessão de vencimento de opções sobre ações na B3.

Durante quase toda a sessão, o índice alternou perdas e ganhos. “Foi um dia de volatilidade e sem viés definido”, resumiu Pedro Galdi, analista da Mirae Asset Corretora, citando “fraqueza dos pares no exterior e vencimento de opções”.

Em Wall Street, os principais índices tiveram forte queda, mantendo a política monetária dos EUA no radar, com reunião do banco central na semana que vem e expectativa de aumento na taxa de juros nos próximos meses.

O S&P 500 caiu 1,9%, fechando sua quarta sessão e terceira semana consecutiva no negativo, numa semana brutal na qual o S&P 500 e o Nasdaq tiveram a maior queda percentual desde o início da pandemia, em março de 2020.

Para Camila Abdelmalack, economista-chefe na Veedha Investimentos, é natural que o Ibovespa sofra alguma pressão após descolar das bolsas norte-americanas por alguns dias, ainda mais diante de incertezas fiscais domésticas.

Isso porque o presidente Jair Bolsonaro deve manter no Orçamento de 2022 a verba de 1,7 bilhão de reais para reajustes salariais e reestruturação de carreiras de servidores, informaram à Reuters duas fontes a par do tema.

O mercado aguardava a sanção do Orçamento de 2022 por Bolsonaro, cujo prazo se esgota nesta sexta-feira.

O governo previa concessão desses benefícios a profissionais da segurança pública, mas recentemente tem afirmado que o martelo não foi batido sobre o tema. O mercado monitora atento os desenrolares, dado o potencial impacto sobre a pauta fiscal.

O Ibovespa chegou ampliar a queda no fim da tarde, após a notícia de que Bolsonaro deve manter a previsão de reajustes, em movimento também em linha com piora das bolsas em Nova York, mas devolveu parte das perdas em seguida.

Também esteve no radar a proposta negociada por Bolsonaro junto ao Congresso de reduzir o PIS-Cofins que incide sobre os combustíveis.

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Destaques

Vale (VALE3) cedeu 2,1%, mesmo após nova alta do minério de ferro na China, no terceiro ganho semanal seguido. Siderúrgicas também caíram, com Gerdau (GGBR4) recuando 4,1% de Usiminas (USIM5) perdendo 4,3%.

JHSF (JHSF3) subiu 5,8%, na quarta sessão no azul consecutiva, e estendendo salto da véspera após divulgação de prévia operacional do quarto trimestre.

Magazine Luiza (MGLU3) avançou 3,8%, VIA (VIIA3) subiu 3,3%, e Americanas (AMER3) teve alta de 2,3%. As três ações ganharam pela terceira sessão consecutiva.

Natura (NATU3) subiu 4,3%, interrompendo quatro pregões de queda.

Tim (TIMS3) subiu 0,4%. A empresa informou que Pietro Labriola foi nomeado novo presidente da controladora, a Telecom Italia.

Ele acumulará a presidência da TIM até que um sucessor seja nomeado.

Petrobras (PETR4) subiu 0,16%.

Os preços do petróleo estenderam a queda da véspera, após tocarem maior patamar em sete anos nesta semana, com elevação no estoques nos EUA e realização de lucros.

Hapvida (HAPV3) subiu 3,8% e Intemédica (GDIN3) avançou 3,4%, depois que Intermédica anunciou 1 bilhão de reais em dividendos extraordinários, condicionado ao fechamento da operação entre as duas companhias, o que deve ocorrer em 11 de fevereiro.

CVC (CVCB3) caiu 0,1%. A companhia de turismo registrou alta nas reservas no quarto trimestre, mas apontou desaceleração em dezembro por conta da variante Ômicron da Covid-19.

A ação disparou mais de 10% na véspera, em sua maior alta desde março de 2021.

Lojas Renner (LREN3) subiu 1,15%, após aprovar programa de recompra de ações e anunciar Daniel Martins dos Santos como novo diretor financeiro.

Alliar (AALR3), que não está no Ibovespa, desabou 8,8%.

A Superintendência-Geral Cade aprovou a venda de ações por controladores a um fundo ligado ao empresário Nelson Tanure.