Ibovespa passa a ter queda no ano com exterior hostil e riscos político e fiscal no Brasil
O Ibovespa (IBOV) fechou em queda pelo segundo pregão consecutivo nesta terça-feira, renovando mínimas desde abril e voltando a ficar no vermelho no acumulado do ano, em meio a um ambiente externo hostil, com preocupações sobre o crescimento econômico e sem alívio nos ruídos fiscais e políticos no Brasil.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,07%, a 117.903,81 pontos, na véspera de vencimentos de opções sobre o Ibovespa e do índice futuro. No pior momento, caiu a 116.247,81 pontos, menor patamar intradia desde 5 de abril. No ano, agora acumula queda de 0,94%.
O volume financeiro na sessão somou 38 bilhões de reais.
Para o líder de alocação de renda variável da Blue3, Victor Licariao, o aumento do risco geopolítico por causa da questão EUA/Talibã e dúvidas sobre o crescimento na China também pressionam as ações, deixando o cenário externo mais turvo, além de incertezas políticas e fiscais no Brasil.
A falta de definição no Congresso em relação à votação de etapa da reforma tributária, segundo o sócio e economista da VLG Investimentos, Leonardo Milane, também adiciona aversão a risco na bolsa paulista.
Destaques
Embraer (EMBR3) caiu 6,63%, no segundo pregão seguido de baixa, corrigindo parte da alta acumulada em agosto até a última sexta-feira, de 11,8%, na esteira da repercussão positiva ao balanço e a perspectivas de desempenho.
Vale (VALE3) caiu 1,65%, maior pressão de baixa no Ibovespa, em sessão de queda dos preços futuros do minério de ferro na China.
No setor de mineração e siderurgia, o sinal negativo prevaleceu, com destaque para Usiminas (USIM5) entre os papéis do Ibovespa, com queda de 5,09%.
IRB Brasil re (IRBR3) perdeu 3,66%, tendo atingido mínima histórica no pior momento, afetada por prejuízo de 206,9 milhões de reais no segundo trimestre, menor do que a perda de 656,7 milhões de reais um ano antes, mas revertendo o lucro de 50,8 milhões de reais no primeiro trimestre.
Yduqs (YDUQ3) avançou 6,23%, após reportar lucro líquido de 116,5 milhões de reais no segundo trimestre, ante prejuízo um ano antes, desempenho apoiado em um melhor faturamento e medidas de cortes de custos.
Cemig (CMIG4) subiu 2,81%, na esteira de lucro líquido de 1,94 bilhão de reais no segundo trimestre, alta de 80% ante igual período do ano passado, apontando resultados positivos tanto nas operações de geração e transmissão quanto de distribuição.
Petrobras (PETR4) fechou estável, apesar da queda do petróleo no exterior, com o Brent caindo 0,69%.
ITAÚ Unibanco (ITUB4) cedeu 0,36% e Bradesco (BBDC4) perdeu 0,39%, com agentes financeiros monitorando desdobramentos ligados a mudanças tributárias propostas pelo governo federal.