Ibovespa tem melhor fechamento desde início de março
O Ibovespa (IBOV) fechou em alta nesta terça-feira, renovando níveis pré-pandemia e se aproximando dos 108 mil pontos no melhor momento, em meio a fluxo positivo de estrangeiros e repercussão benigna da temporada de balanços do terceiro trimestre.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 077%, a 107.248,63 pontos, maior patamar de fechamento desde o início de março, algumas semanas antes das decretações de quarentena no país.
Na máxima do dia, chegou a 107.810,31 pontos.
Apesar da recuperação em relação às mínimas do ano, quando se aproximou dos 60 mil pontos, o Ibovespa ainda está distante da máxima histórica intradia, de quase 120 mil pontos que rondou em janeiro.
O volume financeiro nesta sessão somou 33,7 bilhões de reais.
Veja gráfico diário do Ibovespa em 2020:
Na visão do superintendente da mesa de operações da Necton, Marco Tulli, a bolsa reflete entradas veementes de estrangeiros desde o fim de outubro e começo de novembro, com os resultados acima do esperado de muitas companhias.
“E de pano de fundo ainda há percepções de que uma segunda onda de coronavírus tende a ser mais branda no Brasil em razão da época do ano, de temperaturas mais elevadas, bem como os protocolos médicos estão mais conhecidos”, acrescentou.
Segundo a B3 (B3SA3), o saldo de capital externo no segmento Bovespa no mês até o dia 13 está positivo em 17,8 bilhões de reais. Em 2020, apenas junho (1,9 bilhões de reais), agosto (1,5 bilhão de reais) e outubro (2,9 bilhões de reais) ficaram no azul.
Investidores estrangeiros, segundo o analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos, estão entrando na bolsa brasileira em busca de diversificação em emergentes, mesmo com cenário internacional mais pressionado o aumento de infecções por coronavírus.
Muitos agentes financeiros também têm destacado uma rotação de setores em carteiras de investimentos na bolsa, alinhada a outros mercados emergentes, bem como um ambiente de notícias promissoras sobre uma vacina contra o Covid-19.
A safra de resultados de empresas do Ibovespa, que terminou nesta terça-feira, endossou o otimismo.
O BTG Pactual (BPAC11) afirmou que dados consolidados de receita, Ebitda e lucro superaram as previsões do banco (excluídas Petrobras e Vale).
O pregão desta terça-feira ainda foi marcado por queda do dólar ante o real, refletindo percepção de investidores de que o Banco Central deixou porta aberta para oferta líquida de swaps cambiais tradicionais até o fim do ano.
Nos Estados Unidos, Wall Street experimentou uma pausa nos ganhos, após o S&P 500 (SPX) e o Dow Jones (DJI) renovarem máximas históricas para o fechamento na véspera. Os indicadores encerraram em baixa de 0,48% e 0,56%, respectivamente.
Destaques
Vale (VALE3) subiu 3,16%, a 66,97 reais, apoiada na alta dos futuros do minério de ferro na China.
A alta das ações da empresa ocorreu um dia após a BNDESPar embolsar 2,5 bilhões de reais com a venda de 40 milhões de papéis da mineradora.
No final da sessão, o governo de Minas Gerais e instituições do sistema de Justiça não aceitaram proposta financeira da Vale para um acordo global relacionado a reparações pelo desastre de Brumadinho (MG)..
Petrobras (PETR4) valorizou-se 1,7%, também beneficiada pelo apetite a risco, em meio a uma sessão morna dos preços do petróleo.
CVC Brasil (CVCB3) terminou com salto de 9,2%, dando continuidade à recuperação no mês, na esteira de perspectivas mais animadoras para vacinas contra a Covid-19.
Bradesco (BBDC4) e Itaú Unibanco (ITUB4) subiram 0,6% e 0,07%, respectivamente, enquanto Santander Brasil (SANB11) avançou 1,85%, um dia após seu conselho de administração aprovar início de estudos para a cisão da subsidiária de adquirência Getnet.
Notre Dame Intermédica (GNDI3) caiu 2,95%, tendo no radar o IPO da Rede D’Or São Luiz, que pode ser a maior oferta inicial de ações do ano.
Na véspera, a companhia anunciou salto no lucro líquido do terceiro trimestre sobre o mesmo período de 2019, com aumento de beneficiários e leitos no ano.
B2W (BTOW3) avançou 2,7%, em dia de recuperação, após perdas na última semana, com o setor associado a comércio eletrônico registrando um fechamento misto, com Via Varejo (VVAR3) com oscilação positiva de 0,28% e Magazine Luiza (MGLU3) recuando 0,5%, respectivamente.
Linx (LINX3), que não está no Ibovespa, subiu 2,9%, após a StoneCo elevar a porção em dinheiro da oferta de aquisição da produtora e software para varejo.
Acionistas da Linx decidiram na tarde desta terça-feira aprovar a oferta.
Em Nova York, Stoneco avançou 1,95%. Totvs (TOTS3), que também disputa a Linx, caiu 1,3%.